Movimentos contra as explorações mineiras previstas para os concelhos de Montalegre e Boticas construíram hoje num monte, com recurso a pedras brancas, a mensagem ‘Minas Não’ para “sensibilizar a população para os riscos” caso estes projetos avancem.

“Esta foi mais uma ação para tentar sensibilizar a população para o risco que correm se os projetos previstos foram concretizados na nossa região”, explicou à agência Lusa o responsável da associação Povo e Natureza do Barroso, Vítor Afonso.

Várias dezenas de pessoas, em representação de movimentos e associações do Barroso, que engloba os concelhos de Montalegre e Boticas, no distrito de Vila Real, desenharam hoje a mensagem ‘Minas Não’ num monte na localidade de Pereira, Montalegre, junto à Estrada Nacional (EN) 311.

A ação, feita em coordenação com os baldios de Pereira, foi executada com pedras brancas e naquele local foram ainda colocadas cruzes para simbolizar “a morte inevitável da região se os projetos avançarem”.

Vítor Afonso destacou a proximidade do local com os projetos previstos para aquela região, como a Mina do Barroso, em Boticas, da empresa britânica Savannah, a Mina do Romano, em Montalegre, da empresa portuguesa Lusorecursos, ambos projetos de exploração de lítio, ou a Mina da Borralha, em Montalegre, da empresa Minerália, para a exploração de volfrâmio.

O local, a poucos metros da divisão entre os dois concelhos, também foi estrategicamente escolhido para que quem passe naquela zona na EN 311 veja a mensagem, acrescentou.

O responsável da associação Povo e Natureza do Barroso salientou ainda que a ação dos vários movimentos e associações pretendeu mostrar a “união” entre todos.

“Juntámo-nos simbolicamente nesta ação e vamos continuar a lutar todos juntos contra estes projetos de minas da região. Queremos mais uma vez mostrar que o Barroso está unido e que vão estar sempre presentes os movimentos de toda a região”, apontou.

Além da criação da mensagem através de pedras, os movimentos e associações reuniram-se para ponderar novas formas de ação.

Em ‘cima da mesa’ poderá estar a criação de um projeto para “uma nova classificação da região” de forma a garantir “uma nova proteção” para este tipo de projetos.

“Nós já temos a classificação [do Barroso] como Património Agrícola Mundial [iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)]. É uma grande mais-valia para o nosso território e pode ser um travão importante para este tipo de projetos, mas infelizmente parece também que pode não ser o suficiente”, sublinhou.

Foto: Vitor Afonso



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