A Câmara de Mondim de Basto quer criar uma rede de levadas na serra do Alvão e melhorar as condições de visita ao miradouro da cascata das Fisgas de Ermelo, para atrair mais turistas ao concelho.

Pela serra do Alvão existem levadas, ou seja, canais feitos pelo homem para transportar água para irrigação de campos agrícolas e que são semelhantes aos que são uma atração turística na ilha da Madeira.

“Os trasmontanos tiveram uma participação ativa na construção das levadas da Madeira”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Moura Ferreira.

No concelho já está, por exemplo, homologada e sinalizada a levada de Piscaredo, construída em 1913 e que liga ao longo de oito quilómetros Vilar de Ferreiros a Mondim de Basto. Há também levadas em Cabeceiras de Basto e Ribeira de Pena.

Por isso, o objetivo é identificar mais, envolver no projeto os concelhos vizinhos para implementar uma oferta regional e tirar partido de algo que “está intrínseco à história e identidade” deste território.

Pretende-se, segundo o autarca, aproveitar este “potencial turístico” e também reabilitar o regadio existente, garantir a manutenção dos lameiros que servem a agricultura e a pecuária e promover a biodiversidade.

“Quanto às levadas arrisco-me a dizer que a esmagadora maioria do nosso mercado nacional não conhece. São muito conhecidas as levadas na Madeira, onde são um grande ativo turístico, há muitos continentais a irem para a Madeira fazer as levadas e que desconhecem que há aqui essa experiência”, afirmou Luís Pedro Martins, presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).

Por isso considerou “muito importante” colocá-las no “mapa turístico”, classificando-as como “mais um bom motivo de visita à região.

No Parque Natural do Alvão são já muito visitadas as quedas de água das Fisgas de Ermelo, no rio Olo, que têm 400 metros e são consideradas uma das maiores da Península Ibérica.

“O município está empenhado em criar as melhores condições para que a visitação às Fisgas de Ermelo seja feita em segurança e que possa ser feita pelo maior número de pessoas possível”, afirmou o presidente da autarquia, Bruno Moura Ferreira.

Para o efeito, pretende-se construir uma plataforma de madeira no local, melhorando as condições de acesso ao lugar onde se podem observar as quedas de água, tornando-o também acessível a pessoas com mobilidade reduzida.

O autarca disse que já foi aprovada uma candidatura a fundos comunitários e que está, agora, a “decorrer a validação do projeto” junto de todas as entidades responsáveis pela área.

Arrancaram também, acrescentou, as obras de reabilitação de uma antiga casa florestal, a 900 metros do miradouro, que vai ser adaptada para centro interpretativo das Fisgas de Ermelo, um espaço de informação sobre a oferta turística e de promoção dos produtos endógenos deste município.

“Queremos que as pessoas ao visitarem o centro interpretativo fiquem curiosas em querer descobrir o concelho que tem um património natural riquíssimo”, frisou Bruno Moura Ferreira.

O presidente disse esperar que, no próximo ano, estejam concluídas as obras. O valor da candidatura é de 414 mil euros, dos quais 183 mil euros são ver aplicados no miradouro.

“As fisgas já as tínhamos colocado na nossa promoção externa (…) Agora era necessário fazer um ‘upgrade’ a essa experiência nomeadamente ao nível da segurança porque não nos basta atrair os turistas se depois não lhes dermos uma boa condição de visita, e é isso que está a ser feito com este projeto do município”, afirmou Luís Pedro Martins.

O responsável disse ter a certeza que, a partir desse momento, “vai crescer muito o número de turistas”.

“O turismo de natureza como o ‘touring’ cultural são as grandes tendências do turismo no pós-pandemia. Fácil perceber porquê, as pessoas aproximaram-se muito destes territórios até por uma questão de segurança e tranquilidade”, referiu, acrescentando que “houve uma fidelização por parte do mercado nacional”.

A TPNP está, segundo disse, a “tentar atrair mais empresas de animação turística para o território”.



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