O município de Mogadouro, em Bragança, anunciou hoje um investimento de 150 mil euros para dar início à segunda fase de recuperação de uma fortificação que remonta à Idade do Ferro, situada nas proximidades de Vilarinho dos Galegos.

"O investimento para já é de 150 mil euros, que são disponibilizados através de fundos próprios da autarquia, já que não houve possibilidade de candidatar o projeto de beneficiação e musealização da estrutura castreja a fundos comunitários", disse à Lusa o presidente da câmara de Mogadouro, Francisco Guimarães.

O autarca destaca que o Castro de Vilarinhos dos Galegos está classificado como Imóvel de Interesse Municipal, estando em curso a sua classificação como Imóvel de Interesse Publico.

Segundo o arqueólogo da Universidade do Minho (UM) António Dinis, a fortificação tinha como objetivo defender uma comunidade rural que existiu junto a Vilarinho dos Galegos, junto o rio Douro, no concelho de Mogadouro, distrito de Bragança, numa área sobranceira ao rio Douro com mais de 2.500 anos.

Nesta segunda fase da intervenção arqueológica será feita a consolidação da fortificação e criado um circuito interno de visitação que dará a conhecer o modo de vida das populações que ocuparam a fortificação.

A ocupação da área do castro e de toda a área envolvente está cronologicamente situada ente a Idade do Ferro e o século XX.

Os inícios das escavações arqueológicas tiveram início há cerca de seis de anos e contaram com um investimento inicial de 108 mil euros, sendo "financiadas na totalidade" por fundos da autarquia, contando com a colaboração técnica da UM.

António Dinis sublinha que se conhecia "muito pouco sobre a Idade do Ferro na região do Douro Superior" e que "com as escavações em sítios como o castro de Vilarinhos dos Galegos, o de Crestelos (no concelho de Mogadouro) e o Castelinho (em Torre de Moncorvo), estes locais trouxeram uma mudança de paradigma em relação a este período histórico no Noroeste Peninsular".

"O sistema defensivo é de difícil acesso. É composto por um campo de pedras fincadas, fosso escavado na rocha e um enorme conjunto de muralhas, com seis metros de altura e outros tantos de largura, o que constituía um obstáculo para quem pretendesse atacar o povoado vindo do rio Douro", explicou o investigador.

"O povoado está implantado num local sobranceiro e poderá estar relacionado com uma estratégia de defender a região dos possíveis ataques de quem navegava Douro acima, em direção a Espanha e Europa", finalizou António Dinis.



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