Miranda do Douro, no distrito de Bragança, assumiu hoje a liderança da Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD), por um período de dois anos, sucedendo no cargo à cidade espanhola de Aranda del Duero.

"É fundamental a cooperação territorial entre os povos ribeirinhos do Douro, para que este rio seja uma porta de entrada em espaço europeu e ao mesmo tempo um elemento natural que ajuda a reforçar as relações bilaterais entre Portugal e Espanha", disse à Lusa o novo presidente da AIMRD, Artur Nunes.

O também presidente da Câmara de Miranda do Douro avançou que para os próximos dois anos haverá uma dezena de áreas estratégicas que vão ser trabalhadas e que passam por projetos económicos, ambientais, cooperação e coesão transfronteiriça para fomentar o desenvolvendo deste território Ibérico.

"Manter a continuidade na análise dos diferentes avisos de projetos europeus, especialmente nos âmbitos turísticos e ambientais, com especial interesse na gestão das águas e alterações climáticas será outros do objetivos", frisou o responsável.

A AIMRD pretende manter um papel ativo na Rede Ibérica de Entidades de Cooperação (RIET) com especial atenção na potenciação do Atlântico sobre o Mediterrâneo e levar as propostas a futuras cimeiras ibéricas.

A anterior presidente da AIMRD, Raquel González, destacou que durante o seu mandato, uma das questões mais importantes, foi "o grande trabalho" desenvolvido com autoridades portuguesas no campo da cooperação transfronteiriça.

"Há muitos projetos que já foram apresentados às entidades portuguesas e à Junta de Castela e Leão, e agora é preciso dar continuidade a uns e pôr em marcha outros, já que há fundos do INTERREG- Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional envolvidos, entre outras parcerias europeias", vincou a autarca espanhola.

Na cerimónia de tomada de posse da nova direção da AIMRD marcaram presenças diversos responsáveis tanto de Portugal como de Espanha, mantendo um ponto em comum: rio Douro é uma mais-valia económica para os municípios ribeiros.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Lamego, Ângelo Moura, vincou que é muito importante uma ligação ibérica com o rio Douro, enquanto autoestrada fluvial, sem esquecer as ligações viárias e ferroviárias.

"É essencial que a linha do Douro continue para o território espanhol, podendo ser uma forte afirmação na área do enoturismo ou trazer mais gente para manter contactos com as populações do Douro Vinhateiro. O turista, quando nos procura, quer uma identidade e o Douro tem essa identidade", observou o autarca duriense.

De acordo com os estatutos da associação transfronteiriça, é necessário realizar um processo de renovação dos cargos, de dois em dois anos, alternando a presidência entre os dois países.

A AIMDR é uma associação hispano-portuguesa sem fins lucrativos que representa todo o território do Douro desde a sua nascente até à sua foz no Porto.

Esta entidade ibérica é constituída por 56 autarquias e câmaras municipais ribeirinhas de ambos os países, mais a Confederação Hidrográfica do Douro, organismo dependente do Ministério do Meio Ambiente espanhol e foi fundada em 1994.

O organismo nasceu da vontade de diversas localidades ribeirinhas do Douro de criar um órgão capaz de ocupar-se da cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal, assim como de tentar conseguir a consecução de um projeto económico e ecológico comum.

Esta associação tem procurado promover a cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal, desenvolvendo a articulação de políticas entre os vários municípios de ambos os países.



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