Miranda do Douro assinala o 480.º aniversário com propostas culturais e sociais, onde a língua, música, danças e a cultura mirandesas estarão em destaque, num programa eclético, que se prolonga até 12 de julho, foi hoje divulgado.

A elevação de Miranda do Douro à categoria de cidade aconteceu em 10 de julho de 1545, por despacho do rei D. João III, passando igualmente a ser a primeira diocese de Trás-os-Montes, por bula do Papa Paulo III de 22 de maio de 1545, que amputava a arquidiocese de Braga da maior parte do território transmontano.

Assim, Miranda ficou a ser a capital de Trás-os-Montes, sede do bispado, residência do bispo, cónegos e mais autoridades eclesiásticas bem como, militares e civis.

Agora, passados 480 anos sobre estes acontecimentos históricos, o município de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, preparou um programa cultural e social para assinar a efeméride.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, disse que a celebração desta efeméride levoua a autarquia a preparar um vasto e eclético programa de atividades, onde se junta a tradição com a música mais clássica e uma ópera em mirandês, entre apresentação de livros de autores locais e nacionais.

“Muitas das atividades que preparámos estão diretamente ligadas à nossa língua e à nossa cultura. Mas há outras sugestões que também queremos engrandecer, como é o caso da primeira ópera cantada em mirandês. Até ao dia 12 de julho, todas as noites, haverá diversas atividades programadas para vários públicos”, vincou a autarca social-democrata.

Outras das apostas é a apresentação do projeto “Adélia” que está inteiramente ligado à cultura mirandesa, com as recolhas do património cultural da Terra de Miranda.

Para sábado de manhã, está agendada a celebração dos Pendões Ibéricos, uma iniciativa que teve o seu início em 2015 e que se transformou num evento de verdadeira união entre portugueses (Planalto Mirandês), castelhanos e leoneses (Espanha)

“Neste programa vão marcar presença mais de uma centena de pendões vindos das terras espanholas de Aliste, Sayago, Castela e Leão e também de toda a Terra de Miranda. Como os pendões tiverem um significado militar, o Exército português estará representado com fiel portador do estandarte nacional, a cargo de Regimento de Infantaria (RI19), aquartelado em chaves”, explicou Helena Barril

Os pendões são estandartes ou bandeiras de grandes dimensões, usados a nível civil, religioso e militar. No passado, eram ostentados em praticamente em todo o reino de Leão, do qual a Terra de Miranda foi parte integrante deste vasto território ibérico, num passado já longínquo.

O dia alto das celebrações será a 10 de julho, feriado municipal na cidade de Miranda do Douro, que vai contar com um vasto conjunto de iniciativas.

“Haverá uma sessão solene da Assembleia Municipal, onde serão homenageadas duas pessoas ligadas ao concelho, entre outras cerimónias civis e religiosas”, indicou.

Neste mesmo dia será apresentado um livro da autoria do escritor mirandês Carlos Ferreira, com o título “Plataformas”, que conta com ilustrações de Manuel Ferreira. Será também apresentado o abecedário em mirandês,

A apresentação de livros ficará completa com a presença do jornalista e escritor português José Rodrigues dos Santos, como “convidado especial”, que irá apresentar algumas das suas obras literárias.

O programa terminará com a apresentação da “Ópera na Academia e na Cidade”, que terá lugar na Concatedral de Miranda do Douro.

Até ao final das celebrações haverá espetáculos de teatro, danças de pauliteiros pelas ruas da cidade e apresentação de projetos de associações locais.



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