Miranda do Douro, no distrito de Bragança, acolhe no sábado um desfile de pendões ibéricos, que deverá atrair às ruas da cidade cerca de mil pessoas e mostrar um dos "maiores símbolos" da antiga terra de Leão.

"Os pendões são estandartes ou bandeiras de grandes dimensões, usados em cerimónias civis, religiosas e militares. No passado, eram ostentados em praticamente todo o reino de Leão, do qual esta região fez parte”, explicou à Lusa o presidente da câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes.

Com diversas cores, mas nos quais predomina o vermelho carmesim (a cor do reino de Leão), os pendões chegam a atingir 13 metros de altura e são suportados pela força dos braços dos homens e mulheres que participam nesta cerimónia.

A iniciativa assinala o início das comemorações do 474.º aniversário da elevação de Miranda do Douro à categoria de cidade, pelo rei D. João III, em 10 julho de 1545.

O autarca transmontano frisou esta celebração é uma forma da união dos povos para o futuro e que não foi tarefa fácil reunir tantos pendões com história e tradição.

"Durante o desfile são esperadas cerca de um milhar de pessoas vindas do território fronteiriço de Castela e Leão e do Nordeste de Portugal", frisou o responsável.

Na opinião de diversos investigadores da região de fronteira, os pendões existentes nos povoados de todo o território do antigo Reino de Leão, em que a Terra de Miranda se integrava no passado, tiveram a sua origem nos pendões militares medievais que guiaram a reconquista cristã da Península Ibérica.

"Ao perderem a sua função bélica, foram recuperados pela Igreja e integrados nos rituais religiosos, assim chegando aos nossos dias. Os pendões ainda são usados em algumas aldeias e atos religiosos do concelho de Miranda do Douro, como a romaria do São das Arribas, em Aldeia Nova", concretizou Artur Nunes.

Para a Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), os pendões são o símbolo mais antigo das Terras de Miranda, a par do seu próprio idioma, o mirandês.



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