Está inaugurada a XXXIII Feira do Fumeiro de Montalegre. A abertura contou com a presença, entre outras individualidades, do Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel. A "rainha do fumeiro" mostrou pujança, mais produtores e mais produto. Um cartaz à escala nacional - promovido pelo Município de Montalegre e pela Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã - para visitar até domingo.

Perante um Auditório Municipal praticamente cheio, a presidente da Câmara Municipal de Montalegre iniciou o dia inaugural da XXXIII Feira do Fumeiro a saudar o empenho e brio dos produtores. Tudo somado, a qualidade dos produtos é de excelência, destacou Fátima Fernandes: «saudação especial vai para os nossos produtores, verdadeira razão e motivação para esta que é a maior celebração da ruralidade que hoje se inicia. As chouriças e chouriços nas diferentes variações, as alheiras e sangueiras, as diferentes partes do porco - o pernil, a orelheira, o peito, a barriga, de diferente paladar, com especial destaque para o presunto e salpicão do Barroso, aliados à batata farinhuda e com fama antiga, às couves afagadas pelo frio e às cenouras doces, - todos compõem o prato mais icónico do Barroso, o cozido barrosão, que transforma a gula em virtude. É que não pode haver pecado no que é tão bom e perfeito! Mas também o pão centeio, o mel, as compotas e os licores fazem parte do cardápio desta grande festa que galvaniza toda a atividade económica e turística do concelho, que projeta a gastronomia, a restauração e a hotelaria.»

PREVISÃO - 50 MIL PESSOAS

A autarca sublinhou o aparecimento de "caras novas" com idade para fazer deste filão uma fonte de rendimento: «saudamos a entrada de novos e jovens produtores, tendo a mais nova 23 anos, o que nos enche de esperança e motivação para o futuro». Ato contínuo, referiu: «cerca de 50 mil visitantes, de todas as regiões do país, vão estar entre nós para levar para as suas terras os produtos endógenos de excelência que sabem que vão aqui encontrar. Visitantes que procuram os produtos endógenos, a paisagem e a hospitalidade da terra Barrosã e não vão sair daqui defraudados porque têm a garantia da qualidade apurada ao longo dos séculos e que soube acompanhar a modernidade com uma apresentação aprimorada, aliada a uma fiscalização apertada desde o crescimento dos animais, passando pelo abate, até à sua transformação nestas iguarias sem igual.

NEGÓCIO RENTÁVEL

Fátima Fernandes lembrou o negócio que gravita dentro e fora do certame: «esta feira representa um negócio superior a um milhão de euros em vendas diretas, mas se associarmos este valor ao movimento hoteleiro e gastronómico que esta proporciona em termos de atração e crescimento turístico e à venda que os produtores já asseguram antes e depois da feira, bem como de outros produtos que não o fumeiro, podemos avaliar que tudo isto representa um negócio de cerca de seis milhões de euros por ano». A edil enfatizou: «a Câmara faz a sua obrigação, concedendo apoios muito significativos aos agricultores, aos produtores pecuários, aos produtores de batata e de mel, quer através de apoio financeiro, quer através da promoção e ajuda na comercialização dos produtos.

DESCIDA DO IVA NAS ALHEIRAS

A presidente da Câmara de Montalegre apelou a um maior envolvimento de quem tem o poder de decisão em prol do mundo rural: «é importante que o Governo desenvolva mais estratégias para a valorização do Interior, encontrando formas de diferenciar positivamente os pequenos agricultores. A descida do IVA nas alheiras foi um sinal, mas esta medida impõe-se para todos os produtos gastronómicos artesanais porque é preciso valorizar a produção para que haja retorno justo para quem produz, potenciando o emprego e a importância que os territórios rurais têm para a economia do país (...) é fundamental apostar em melhores acessibilidades, já reclamadas há muito, como é o caso da beneficiação da EN 103 ou da ligação de Montalegre à A24, não para facilitar a saída de muitos, mas para incentivar a entrada de muitos mais.»

MONTALEGRE VENDE

Por sua vez, o Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território aplaudiu o desenvolvimento do concelho de Montalegre nas suas mais diferentes áreas, com especial enfoque no turismo de natureza: «este concelho tem feito um grande investimento em turismo de natureza. Tem sido uma aposta ganha. Venho cá várias vezes ao longo do ano. Dou o exemplo de Fafião onde, hoje em dia, há vários restaurantes que potenciam a região. Uma aldeia cheia de gente à procura da qualidade que lá. Fico muito feliz. Em Pitões das Júnias é um território fotografável. É sinal que há trabalho persistente. Esta Feira do Fumeiro tem imensa qualidade. Montalegre vende. O selo Património Agrícola Mundial tem uma qualidade enorme. Este é um grande território.»


DADOS

Número de expositores (fumeiro) - 49

Número de expositores (outros produtos tradicionais) - 16

Total de expositores - 60

Toneladas de produto - 50

PRODUTOS EM EXPOSIÇÃO E VENDA

Fumeiro Tradicional

Presunto; Alheira; Chouriça de carne; Salpicão; Sangueira; Chouriço de abóbora e Carnes Curadas (Pá, Pernil, Barriga, Pé, Peito e Cabeça)

Produtos Apícolas

Mel de Urze; Pólen; Própolis e Geleia real

Padaria

Pão Centeio; Bicas de carne e Folares

Doces e Compotas

Doce de Abóbora; Doce de frutos silvestres; Doce de frutos vermelhos; Doce de castanha; Compota de maçã e Doce de cereja

Ervas Aromáticas e Medicinais

Carqueja; Erva Cidreira; Hortelã; Hortelã Pimenta; Silva e Sabugueiro

Artesanato

Vestuário, Barros, Pintura e Escultura

Vinhos e Licores

Marcas locais: Mont`alegre e Padre Fontes

Licores tradicionais variados de Montalegre





PARTILHAR:

Museu do Pão e Vinho volta a superar número de visitantes em 2023

Rui Gonçalves abandona na etapa 11 do Dakar 2024 e foi encaminhado a um hospital