Os 15 trabalhadores da Escola EB23/Secundária de Mondim de Basto fizeram hoje uma greve de duas horas, durante as quais os alunos não tiveram aulas, para alertaram para o número insuficiente de funcionários.

À entrada do recinto escolar concentraram-se esta manhã os funcionários, alguns professores e os alunos. Nas grades foram colocadas duas tarjas onde se podia ler "Esta portaria é uma porcaria. Revogação da portaria de rácios: já!" e "Falta de pessoal. Portaria não serve".

Nesta escola trabalham 21 funcionários, mas seis estão atualmente de baixa prolongada. No total do Agrupamento de Escolas de Mondim de Basto há 29 trabalhadores, sete dos quais em baixa prolongada.

Eugénio Castro, assistente operacional, referiu que aqui os trabalhadores em regime de baixa "não são substituídos há anos, com consequências graves ao nível da segurança e funcionamento normal da escola".

Dulce Lopes, funcionária da escola e delegada sindical, disse que a falta dos colegas tem trazido cada vez mais problemas. "Eu sou testemunha disso porque estou num pavilhão com oito salas quase sozinha o dia todo e tenho o ensino especial também neste pavilhão. São meninos que precisam de muito mais apoio", frisou.

A trabalhadora fala em dificuldades que sente diariamente, porque tem que "correr de um lado para o outro, auxiliar os professores e ainda, no final do dia, a tarefa da limpeza que é muito grande".

Dulce Lopes frisou que os problemas se arrastam desde o início do ano letivo, sem que os colegas tenham sido substituídos.

A subdiretora do estabelecimento de ensino, La Salete Rento, fez questão de reiterar que as preocupações dos assistentes operacionais são também as da direção da escola, as quais já as fez chegar à tutela, aguardando agora uma resposta.

A responsável referiu ainda, por causa desta falta de pessoal, a "escola não funciona com as condições que deveria funcionar se tivesse mais funcionários".

Nesta escola estudam 580 alunos. O protesto dos trabalhadores contou com o apoio da Associação de Pais, porque a situação se reflete na educação dos estudantes.

"Não só por uma questão de solidariedade para com os funcionários, os assistentes operacionais, mas porque na realidade estamos preocupados com esta situação. Manifestamente parecem-nos poucos funcionários que estão atualmente no ativo para uma escola deste género", afirmou Carlos Martins, responsável pela Associação de Pais.

A EB2/3 Secundária de Mondim de Basto possui cinco pavilhões de aulas, que se estendem por dois pisos, e um desportivo.

A greve, que decorreu entre as 08:00 e as 10:00, contou também com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN).
Lusa



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