Várias produções do Vale da Vilariça em Trás-os-Montes podem enfrentar uma perda total de fruto devidos a trovoadas com queda de granizo que afetaram aquela que é das zonas agrícolas mais férteis de Trás-os-Montes.

Os danos foram causados por trovoadas acompanhadas de granizo ao longo do dia de domingo em várias zonas do vale que deixou marcas no pêssego, cereja, vinha e hortícolas, como contou hoje à Lusa o presidente da Associação de Regantes do Vale da Vilariça, Fernando Brás

A diretora regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, confirmou à Lusa que tem conhecimento da situação e que os técnicos vão visitar o local para avaliar os prejuízos.

 “Ainda não sabemos a dimensão dos estragos, mas foi bastante grave”, afirmou o produtor Gil Freixo, que tem 60 hectares de pessegueiros nesta zona do distrito de Bragança.

Segundo o produtor, “o pêssego já estava do tamanho de uma noz e ficou tudo picado”.

Gil Freixo apanha, em média “600 a 800 toneladas” de pêssego por ano que vende a grossistas e agora tem que esperar para ver “se o mercado vai aceitar” o fruto com as marcas da intempérie.

Primeiro, como explicou, ele e outros produtores afetados, vão aguardar “cerca de uma semana” para perceber se o tratamento imediato que aplicaram para o fruto “cicatrizar” dá ou não resultado.

Se o tratamento não apagar as marcas deixadas pelo granizo, teme “perda total da produção”, o que terá “um impacto grande” na economia desta zona.

Para já, este produtor vai manter as 30 pessoas que tem a trabalhar permanentemente nos pomares.

“Há alguns pomares de cereja e pêssego afetados a 100%”, afirmou à Lusa Fernando Brás, presidente da Associação de Regantes do Vale da Vilariça.

De acordo com o dirigente, há também vinhas afetadas, assim como a fruticultura em geral e as hortas, numa zona onde se concentra também uma significativa produção de legumes.

Os cálculos ainda não estão feitos, todavia o presidente da associação fala em “dezenas de hectares afetados”.

Tanto Fernando Brás como o produtor Gil Freixo indicaram à Lusa que está marcada para terça-feira a visita de técnicos ao local para fazerem o levantamento dos estragos, como adiantou também à Lusa a diretora regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves.

A responsável ressalvou que os técnicos irão ajudar os produtores a fazerem as declarações de prejuízos para que, aqueles que têm projetos agrícolas financiados, não sejam prejudicados se os prejuízos causados pela intempérie os prejuízos afetarem as exigências de produção.

Relativamente a ajudas financeiras, Carla Alves esclareceu, no caso, aparentemente terão de ser acionados os seguros de colheitas porque não há ajudas financeiras à quebra de produção.

Segundo disse, “o que o Ministério da Agricultura tem para acudir em casos de fenómenos climáticos adversos é uma medida que financia o restabelecimento do potencial produtivo”, ou seja quando é destruída a planta ou árvore.

No caso da Vilariça, o que aparenta estar em causa é a perda de produção.

Ainda assim, os técnicos irão ao local avaliar a situação, recolher imagens dos danos e fazer as declarações de prejuízos agrícolas



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