Em Vila Pouca de Aguiar vai ser obrigatório o uso de máscara na tradicional feira das cebolas, que decorre sexta-feira ao ar livre, e foram suspensas as visitas aos lares da sede do concelho, disse hoje a câmara.

O presidente da autarquia, Alberto Machado, mostrou-se preocupado com os 20 casos ativos de covid-19 verificados no concelho e reuniu-se com dirigentes da área da saúde para definir uma estratégia face à pandemia.

O autarca disse hoje à agência Lusa que a tradicional feira das cebolas vai realizar-se, mas limitada ao dia 25 de setembro e apenas à venda dos produtos agrícolas, tendo sido canceladas todas as outras atividades previstas, como o concurso da cebola, as concertinas e o teatro de rua.

Alberto Machado afirmou que, nesse dia, vai também ser obrigatório o uso de máscara em todo o espaço público da sede de concelho.

As praças onde decorrerá o certame estarão delimitadas através de postos de controlo para higienização.

Nas edições anteriores, a feira durou mais do que um dia e incluiu atividades como corrida de cavalos, concurso pecuário, chegas, bailes e desfolhadas.

O certame, considerado importante para a dinamização económica deste território, conta com a participação de meia centena de produtores que terão à venda cerca de 30 mil quilos de cebola, mas também outros produtos do campo, como alho, tomate, pimento, malagueta, mel, compotas ou cogumelos.

Este ano, a autarquia distribuiu perto de 170 mil pés de cebolo para incentivar à produção e à presença de produtores locais na feira, que tem uma história de cerca de 700 anos.

Alberto Machado disse que a autoridade de saúde está a acompanhar cinco grupos no concelho, correspondentes aos 20 casos com covid-19.

Um deles está relacionado com a corporação de bombeiros de Vila Pouca de Aguiar, onde foram registados quatro casos positivos da doença.

O presidente referiu que, por prevenção, nesta segunda-feira foram testados 16 bombeiros e adiantou que na quarta-feira vão ser “testados novamente” os restantes elementos da corporação.

O autarca apontou o “cuidado excecional” que se está a ser com os bombeiros, porque também eles estão na linha da frente no apoio à população do concelho, nomeadamente aos mais idosos.

Entre as medidas de proteção delineadas estão ainda, segundo o autarca, a suspensão das visitas aos dois lares da freguesia de Vila Pouca de Aguiar e o rastreio aos funcionários.

Alberto Machado fez ainda questão de alertar e reivindicar soluções para as filas de espera que se formam à porta da Caixa Geral de Depósitos (DGS).

“As agências da CGD do país estão atafulhadas de pessoas à entrada, sem condições absolutamente nenhumas e o que se evita no interior para proteger os funcionários provoca-se e acentua-se no exterior”, referiu.

Para o autarca, é “necessário adequar os espaços aos clientes do banco público” e considerou "o tratamento” que tem observado como “completamente inapropriado”.

De acordo com o boletim epidemiológico extraordinário da Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alto Tâmega e Barroso, publicado na segunda-feira, nos seis concelhos deste território do norte do distrito de Vila Real há 76 casos ativos de covid-19.

Desde o início da pandemia, o Alto Tâmega registou um total de 132 casos confirmados da doença e dois mortos associados à covid-19.

Foto: AP



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