Teatro, música popular e erudita, jazz e rock, artes plásticas e poesia ou animação de rua são os motivos para uma visita demorada ao nordeste transmontano, que recebe a 6ª edição do FARPA - o Festival de Artes Pombal de Ansiães.

São oito dias de propostas em muitas vertentes da cultura, juntando projectos locais a outros tantos convidados, vindos de vários pontos do país e também de Espanha e França.

Em termos musicais, o programa arranca logo no primeiro dia, 1 de Agosto, com o grupo de Concertinas de Dalvares, de Tarouca; para depois darem lugar aos espanhóis Balbarda - um grupo que se dedica a toda a extensão musical da península ibérica, procurando revitalizar em tons mais contemporâneos temas oriundos de diversas regiões de espanha. O grupo é constituído por Ana Alcaide no violino; Xurxo Ordóñez na Gaita charra, galega e serrana, flautas e voz; Jota Martínez na Sanfona, riq, panderetas e voz; e finalmente Javier Monteagudo na Guitarra acústica, cistro e alaúde árabe.

No dia seguinte, 2 de Agosto, é a vez dos franceses Hawkes & Brunet acturarm, também como uma das apostas musicais internacionais para o Farpa 2003. Hawkes & Brunet são um duo de guitarra acústica e flauta transversal, formado em 1997, apresentando um repertório bretão para ouvir e para dançar.

Ainda neste segundo dia, actuam os FadoMorse, de Mirandela, cujo trabalho recorre a alguns daqueles "Samplers" das recolhas de Michel Giacometti - que provocam emoções e arrepios - misturados e remisturados (de forma completamente inusitada) numa fusão livre dark-punk-funk-rock-português. Um estilo que faz lembrar (vagamente) Mão-Morta, mas que não soa a cópia. De resto, na sua apresentação pública, Fadomorse reivindica a "urgência do evoluir na Lusomusicologia". Também aqui, sem serem propriamente originais - sobretudo na escolha dos tais samplers de Giacometti - não se limitam a "samplar" a ideia do "Megafone", de João Aguardela. Em vez disso, emitem um estilo próprio e promissor.

Nos dias que se seguem, o programa musical vai sendo então preenchido com projectos de outras linhagens musicais - tão alternativas quanto possíveis. Isto, para além da animação de rua, teatro e exposições.

Entretanto, no dia 7 de Agosto, entram em palco os Andarilhos - que se baseiam na etnografia e nos instrumentos tradicionais portugueses - procurando a fusão dos ritmos tradicionais com outras estruturas rítmicas, além fronteiras. Os Andarilhos assumem-se, de resto, como um misto de "arruada" - onde intervêm instrumentos como a gaita-de-foles, caixas, bombos e castanholas - e um espectáculo de palco, em que a principal aposta está nos cordofones e nas vozes.

O programa musical fecha dia 8 de Agosto, precisamente com os conterrâneos "Odores de Maria", um grupo fortemente aclamado por terras de Miranda e cujas letras dão o mote a sentimentos mistos de alegria e de contemplação - resultando, na sua maioria, da vivência de muitas histórias do dia a dia. O grupo segue uma certa estética folk "celta" e recorre - em alguns casos - a letras em mirandês.

Estes são, pois, os argumentos que a Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães evoca para justificar uma estadia diferente, numa região com tanto de belo, quanto de misterioso.
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