O presidente da República, Jorge Sampaio, exortou, ontem, os cidadãos «a fazerem ouvir a sua voz». Salientando uma vez mais «a falta de coesão entre litoral e interior do país».

No segundo dia de visita a Trás-os-Montes, Sampaio lembrou os números da \"desertificação, o poder de compra abaixo de metade da média nacional, a taxa de analfabetismo, a população envelhecida, os beneficiários do rendimento de inserção e a falta de médicos\". Estatísticas que considerou \"estranhas na região que produz o vinho do Porto\". O chefe de Estado acrescentou que \"uma democracia com 30 anos, tal como as pessoas, já deve ter um destino e todos têm de fazer algo para destruir essa tendência de falta de coesão\".

Jorge Sampaio quer que os cidadãos \"lutem mais contra a desigualdade e pela igualdade de oportunidades\" e que encontrem \"estímulos\" nos empreedimentos que ontem visitou em Murça - uma fábrica de fios para vedações electrificadas e a adega cooperativa - e em Sabrosa, onde tomou conhecimento de vários projectos estruturantes para o município, depois de homenagear o poeta Miguel Torga, na sua terra natal, em S. Martinho de Anta.

O presidente da Câmara Municipal de Murça, João Luís Teixeira, manifestou preocupação com algumas atitudes do Poder Central, pediu \"ajuda ao chefe de Estado para que pressione o Governo a terminar com a estrada da morte (o I P4), construindo com urgência a auto-estrada entre Amarante e Bragança, mas mandando colocar já amanhã os separadores centrais no traçado actual\".

O autarca lembrou, ainda, \"os fortes incêndios do Verão e a tromba de granizo que destruíu muitas culturas e pÎs em causa o sustento de várias famílias e as promessas de ajuda por parte do Poder Central que ainda não chegaram\".

Jorge Sampaio não fez esperar por uma resposta, e esclareceu que \"a Administração Central tem de cumprir todas as promessas que faz e deve, ao menos, dar respostas em tempo útil\".



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