As escolas nos concelhos de Alijó e Murça, no distrito de Vila Real, fecharam hoje devido ao “fumo intenso” causado pelos incêndios, disseram à agência Lusa fontes autárquicas.

O vice-presidente da Câmara de Murça, Raul Luís, explicou que as atividades letivas foram suspensas, desde o pré-escolar ao secundário, porque é “enorme e muito intenso” o fumo dos incêndios no centro da vila e nos arredores.

“Esta decisão prende-se com uma questão de segurança, dado o nevoeiro estar a causar dificuldades na circulação automóvel, parece noite, é incrível”, disse.

A decisão de interromper as aulas aos cerca de 800 alunos foi tomada em sintonia com o Agrupamento Escolar, explicou, sublinhando que na terça-feira será “avaliada a situação” e, em função disso, decidir-se-á se existem as condições necessárias para reabrir as escolas.

Também em Alijó, o Agrupamento Escolar, em conjunto com a autarquia, decidiu suspender as aulas e transportar os cerca de 1.000 alunos a casa porque não havia condições.

“Entre as 10:30 e 11:00 decidimos transportar os alunos a casa porque o agrupamento de escolas disse que o cheiro no interior das salas de aula era intenso e que o recreio estava comprometido tal a intensidade do fumo”, referiu à Lusa fonte da Câmara Municipal de Alijó.

Se na terça-feira estiveram reunidas as condições adequadas ao funcionamento das aulas, as escolas irão abrir normalmente, caso contrário manter-se-ão encerradas, afirmou.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 20 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.



PARTILHAR:

Aberto inquérito ao caso de suspeita de fraude eleitoral em Montalegre

Murça aconselha população a reduzir circulação e atividades ao ar livre