ENGIE, Crédit Agricole Assurances e Mirova anunciam hoje, 17 de dezembro de 2020, a conclusão da aquisição de um portfólio hidroelétrico português da EDP com 1,7 GW onde estão inserridas as barragens de Miranda do Douro.

Depois de terem vencido o leilão realizado pela EDP em dezembro do ano passado, a ENGIE, o Crédit Agricole Assurances e a Mirova, filial da Natixis Investment Managers, anunciam a conclusão da aquisição de um portfólio hidroelétrico em Portugal, por um valor de 2,2 mil milhões de euros.

A ENGIE detém 40% do consórcio, enquanto o Crédit Agricole Assurances e a Mirova, através de fundos por si geridos, detêm 35% e 25%, respetivamente. Prevê-se um impacto na dívida líquida da ENGIE de cerca de 650 milhões de euros. A Engie não consolidará o investimento.

Com esta operação estratégica, a ENGIE, em conjunto com os seus parceiros, reforça ainda mais a sua presença crescente no mercado das energias renováveis na Península Ibérica, um dos mais promissores e inovadores da Europa.

Os ativos adquiridos consistem no segundo maior portefólio hidroelétrico de Portugal, localizado no vale do Douro, com 1,7 GW de capacidade e um prazo médio ponderado de concessão de 45 anos. Este portefólio inclui três centrais de albufeira com bombagem, recém-inauguradas, e três centrais de fio de água, recentemente renovadas.

O consórcio desenvolverá as suas atividades sob a marca MOVHERA, recentemente criada. Irá promover um diálogo justo e transparente e uma cooperação com os vários utilizadores dos recursos hídricos e com todas as partes envolvidas locais. A operação e manutenção dos ativos será efetuada por uma subsidiária da ENGIE constituída em Portugal, com uma parte significativa dos seus engenheiros e técnicos que trabalhavam anteriormente nessas centrais.

Segundo afirmou Paulo Almirante, Group Chief Operating Officer da ENGIE: “Com esta aquisição, reforçamos a nossa presença em Portugal e no mercado ibérico, aumentando a nossa capacidade de fornecimento de energia verde aos nossos clientes. Esta operação representa uma capacidade adicional ao nosso objetivo de construir 9 GW de renováveis ao longo do período 2019 – 2021.

A aquisição do portefólio hidroelétrico é fundamental para a implementação da estratégia de neutralidade carbónica da ENGIE, aportando uma capacidade renovável flexível que complementa o portefólio ibérico da ENGIE de 1,1 GW de capacidades renováveis[1].

 Esta operação faz parte da estratégia do Crédit Agricole Assurances de diversificação de investimento institucional de longo prazo em nome dos seus clientes. Uma estratégia que está totalmente incorporada nos compromissos climáticos do Grupo Crédit Agricole e sustenta a nossa ação a favor da transição energética e por uma economia com menos carbono. Estamos orgulhosos desta parceria com a Engie e a Mirova em Portugal, através da qual podemos consolidar o nosso contributo para a transição energética da Europa”, afirmou Jean-Jacques Duchamp, Diretor Geral Adjunto do Crédit Agricole Assurances.

Nas palavras de Raphael Lance, Diretor dos Fundos de Transição Energética da Mirova: “Esta operação representa um marco no nosso relacionamento de longo prazo com a Engie, que muito valorizamos e com a qual aprendemos. Estamos certos que a Engie é o parceiro certo para gerir esta operação, que nos permite aceder a um grande portefólio hidroelétrico e reforçar a nossa presença em Portugal. Estamos também muito gratos a todos os co-investidores que confiaram em nós para este negócio, nomeadamente a Banca March, Natixis Assurances, Groupama, EB Sustainable Fund, LHI e Merseyside Pension Fund.

A Mirova é uma empresa de gestão de ativos dedicada ao investimento sustentável, cuja equipa de fundos de transição energética está ativa no mercado desde 2002. Este investimento foi realizado combinando o fundo Mirova de 4ª geração, fechado em novembro de 2019, e um veículo de investimento dedicado criado para a transação. É um passo importante para a diversificação do portfólio da Mirova em termos de tecnologia e geografia e reforça uma colaboração duradoura e frutífera com a Engie.

Sobre a ENGIE

O nosso grupo é uma referência global em energia e serviços de baixo carbono. O nosso objetivo (“raison d’être”) é trabalhar para acelerar a transição para um mundo neutro em carbono, através da redução do consumo de energia e de soluções mais amigas do ambiente, conciliando o desempenho económico com um impacto positivo nas pessoas e no planeta. Contamos com os nossos negócios principais (gás, energias renováveis e serviços) para oferecer soluções competitivas aos nossos clientes. Com os nossos 170 000 colaboradores, os nossos clientes, parceiros e partes envolvidas, formamos uma comunidade de Construtores Imaginativos, empenhados todos os dias num progresso mais harmonioso.

Volume de negócios em 2019: 60,1 mil milhões de euros. O Grupo está cotado nas bolsas de valores de Paris e Bruxelas (ENGI) e está representado nos principais índices financeiros (CAC 40, DJ Euro Stoxx 50, Euronext 100, FTSE Eurotop 100, MSCI Europe) e índices não financeiros (DJSI World, DJSI Europe e Euronext Vigeo Eiris - World 120, Eurozone 120, Europe 120, France 20, CAC 40 Governance).

 

ANEXO SOBRE O INVESTIMENTO

O portefólio possui uma capacidade de 1,7 GW e aproximadamente 45 anos de prazo médio ponderado de concessão remanescente, tendo gerado 154 milhões de euros de EBITDA em 2018.

As instalações fazem parte do sistema do rio Douro (Nordeste de Portugal). São compostas por 6 unidades que podem ser divididas em 2 categorias:

  • Três centrais em fio de água com albufeira (poucas horas de armazenamento) – Miranda, Picote e Bemposta – no próprio rio Douro Internacional (fronteira entre Espanha e Portugal). Totalizam 1,2 GW e têm uma produção média anual histórica de cerca de 3 TWh. São centrais consolidadas, com características semelhantes, e repotenciadas com uma grande unidade adicionada em 2011 em duas centrais e uma adicionada em 1995 na outra central (prazo médio ponderado de concessão remanescente de 35 anos)
  • Três centrais de albufeira com bombagem, recém-inauguradas, totalizando 0,5 GW de capacidade instalada líquida, Baixo Sabor, Feiticeiro e Foz Tua (COD em 2016 e 2017 – prazo médio ponderado de concessão remanescente de 70 anos)

 

Sobre esta venda recebemos uma Carta Aberta pelo negócio de venda das barragens da EDP à ENGIE do Movimento Cultural da Terra de Miranda 

 

Carta Aberta O Movimento Cultural da Terra de Miranda tem conhecimento, embora não oficial, de que o contrato de venda de seis barragens transmontanas pela EDP à ENGIE será assinado na próxima sexta-feira.

Segundo declarações reproduzidas na comunicação social, o Senhor Ministro do Ambiente e da Ação Climática declarou que não são devidos os 110 milhões de euros de Imposto do Selo que a lei estabelece para esta transação, i.e., 5% dos 2200 milhões de euros anunciados como valor de venda.

O Governo escrutinou previamente os termos do contrato e determinou a sua alteração, pelo que, para não violar os seus deveres de defesa do interesse público, tem a obrigação de garantir a prevalência da lei fiscal.

Assim, perante as afirmações do Senhor Ministro do Ambiente e Ação Climática que validou o contrato de venda, este Movimento deliberou:

1 - Apelar à intervenção do Senhor Presidente da República para que use da sua influência para garantir que este negócio se realizará sem lesão do interesse público;

2 – Apelar ao Senhor Presidente da Assembleia da República para que garanta o cumprimento do espírito da Lei do OE2021, nomeadamente o seu art.º 58-A, e do Código do Imposto do Selo;

3 - Apelar ao Senhor Primeiro-Ministro para que, no uso da sua autoridade, dê as instruções necessárias ao Senhor Ministro do Ambiente e da Ação Climática para que tome as medidas bastantes para assegurar a cobrança de todos os impostos devidos, nomeadamente do Imposto do Selo. Com este propósito, o Movimento pediu a estas altas entidades do Estado Português reuniões urgentes, antes da realização do negócio.

Este Movimento apela à EDP e à ENGIE que paguem todos os impostos devidos, dada a relevância social e ética que têm para a comunidade.

A EDP está indissociavelmente ligada à história da Terra de Miranda e de Portugal e não pode sacrificar a sua responsabilidade social ao mero interesse financeiro.

A seu tempo, a ENGIE assumirá esse papel.

Terra de Miranda, 17 de dezembro de 2020 Mobimiento Cultural de la Tierra de Miranda / Movimento Cultural da Terra de Miranda

 



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