O Douro Património Mundial recebeu, em 15 anos, milhões de euros de investimentos públicos e privados, quer em acessibilidades ou infraestruturas culturais, quer em vinhas e centros de vinificação.

“Ao longo destes 15 anos foram vários milhões de euros aplicados no Douro com feito difuso na economia local”, afirmou à agência Lusa João Rebelo, investigador do departamento de Economia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Ou seja, acrescentou, estas verbas, muitas com apoios comunitários, chegaram a “uma base alargada” quer de pequenas e médias empresas, quer de produtores e foram investidas nos mais diversos setores da economia local.

O território acolheu ainda investimento público a nível das acessibilidades e das infraestruturas culturais, como teatros, auditórios, ou bibliotecas espalhadas pelas diversas sedes de concelho. O Douro, Património Mundial da Unesco desde 2001, foi beneficiado com diversos programas comunitários, alguns deles desenhados apenas para este território.

Segundo dados fornecidos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), desde 2001 e nos diversos ciclos comunitários que foram implementados até ao mais recente, o Portugal 2020, foram aprovados 7.106 projetos para o Alto Douro Vinhateiro, com um investimento de 1.650 milhões de euros e um apoio da União Europeia de 1.050 milhões de euros. Parte destas verbas foi aplicada em unidades hoteleiras, empresas de dinamização turística, na navegação do rio Douro, na construção de infraestruturas rodoviárias como o Túnel do Marão ou a Autoestrada Transmontana, ainda em instituições de investigação e ensino, ou com o projeto de erradicação de manchas de inertes — o Douro Limpo.

Neste período, o turismo foi um dos setores com mais investimento no Douro classificado. Segundo especificou a CCDR-N, no âmbito do Norte 2020 foram já aprovados três novos equipamentos hoteleiros para Alijó, Lamego e Peso da Régua, num investimento de 6,3 milhões de euros e um apoio comunitário de 5,1 milhões de euros.

Com vista à internacionalização deste território foram já apoiadas 26 empresas, a grande maioria no setor vinícola com projetos de alargamento da capacidade exportadora e de internacionalização. O investimento é de 8,6 milhões de euros com 4,1 milhões de euros de apoios comunitários.

No anterior ciclo de programação (ON.2), foram aprovados 14 projetos para a construção de novos equipamentos hoteleiros e alargamento de outros, um pouco por toda a região, com 19,7 milhões de euros de investimento e 13,6 milhões de euros de apoio comunitário. Para a internacionalização das empresas, maioritariamente vinícolas, foram aprovados 43 projetos, com 12,4 milhões de euros de investimento e 7,3 milhões de euros de apoios da União Europeia.

Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020 foram aprovados investimentos na ordem dos 65,4 milhões de euros, com 26,2 milhões de euros de subsídio, dispersos por projetos que vão desde pequenos investimentos nas instalações agrícolas, ao restabelecimento do potencial produtivo e à recuperação dos tradicionais muros de pedra posta do Douro Vinhateiro.

Já o programa Proder, com dados referentes a dezembro, aprovou projetos no valor de 400 milhões de euros, com 221 milhões de euros de subsídio e que dizem respeito a modernização e capacitação de empresas, investimentos de pequena dimensão, instalação de jovens agricultores, à defesa da floresta contra incêndios e à manutenção de socalcos, esta última uma medida destinada exclusivamente ao Douro Vinhateiro e no âmbito da qual foram aprovados 6.029 projetos.

Na região vitivinícola do Douro foram intervencionados quase 8,9 mil hectares entre 2001 e 2008, num investimento de quase 92 milhões de euros. Entre 2009 e 2015, foram intervencionados praticamente 9,8 mil hectares, com investimentos na ordem dos 132 milhões de euros.
Lusa



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