A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Vila Real-Sabrosa disse hoje que a coordenadora do lar de Alijó foi suspensa até à conclusão do inquérito às acusações de maus tratos a utentes.

Luís Correia, vice-presidente da APPACDM e diretor do lar de Alijó, afirmou aos jornalistas que a 16 de novembro a direção deliberou a abertura de um procedimento prévio de inquérito de averiguações após denúncia de uma funcionária sobre alegados maus a utentes de um lar residencial de deficientes em Alijó.

Segundo o responsável, em dezembro teve início o processo e hoje foi "suspensa preventivamente, até à conclusão do inquérito e do apuramento de responsabilidades, a coordenadora da resposta social".

Já foi também, de acordo com Luís Correia, solicitado aos serviços da Segurança Social e ao Ministério Público que analisem a situação.

Acrescentou que, por solicitação e insistência da direção da instituição, "foi possível obter da referida funcionária um registo escrito sobre os factos por ela mencionados".

"Só uma averiguação cuidada, esclarecimento da situação e apuramento de responsabilidade no cumprimento do direito, permitirá uma decisão justa, que defenda os direitos das pessoas que esta e as direções anteriores se comprometeram a defender", referiu o responsável, num comunicado que leu aos jornalistas à porta do núcleo de Alijó da APPACDM Vila Real-Sabrosa.

Luís Correia frisou que a "direção da instituição reitera o seu completo apoio à investigação, bem como a disponibilidade para colaborar com todos os serviços envolvidos no processo".

O inquérito deverá estar concluído entre esta e a próxima semana e só depois, dependendo das conclusões, poderão ser aduzidas notas de culpa.

O núcleo de Alijó está aberto desde 2010 e acolhe 24 utentes na resposta lar residencial e cinco na resposta de residência autónoma.

A TVI divulgou no domingo uma denúncia de uma antiga funcionária da associação sobre alegados maus tratos/negligência às crianças e jovens, com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos.

Contactada pela agência Lusa, a Segurança Social informou hoje que "apesar das imagens referidas [na reportagem] não terem sido facultadas, o Instituto de Segurança Social tomou de imediato diligências no sentido de apurar a veracidade dos factos relatados e garantir a proteção e bem-estar dos utentes e colaboradores da instituição em causa".

O presidente da Câmara de Alijó, Carlos Magalhães, referiu que tomou conhecimento destas denúncias pela reportagem da TVI e disse ter ficado "surpreendido" porque a instituição "é muito bem vista pela missão social" que desempenha no concelho.

O autarca afirmou que vai "aguardar com preocupação e atentamente" as averiguações ao caso.



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