Depois dos concursos referentes aos cargos de chefe de secção e de assistentes administrativos especialistas da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães terem sido anulados, os três membros do júri convocaram uma reunião para informar os candidatos da decisão tomada. A dita reunião foi realizada no Salão Nobre do edifício dos Paços do Concelho, mas decorreu sem a presença do presidente da Câmara. Estiveram presentes os candidatos aos dois concursos e o chefe de Divisão de Administração Geral da autarquia. No entanto, segundo alguns concorrentes, para além de não lhes ter sido explicado previamente qual o objectivo da convocatória, a reunião pareceu um \"tribunal\" onde todos foram \"rebaixados\". Os presentes acrescentaram que as principais críticas foram feitas pelo presidente do júri, Paulo Rogão.

Na opinião de Natércia Tavares, uma das candidatas, a única conclusão que se pode tirar é que a reunião era uma \"sessão de críticas\" e um \"tribunal de pressão psicológica\" que a deixou \"estupefacta\". Mas as piores apreciações recaíram sobre Luísa Paiva, uma funcionária que já tinha apresentado uma reclamação depois de ter sido conhecido o resultado dos concursos. Em declarações ao Semanário TRANSMONTANO, esta candidata afirmou que durante a reunião o presidente do júri a acusou de ser \"a culpada pela anulação dos concursos\" e a \"julgou\" perante os outros colegas. Luísa Paiva aponta alguns dos comentários que lhe foram dirigidos por Paulo Rogão: \"agradeçam à colega por os concursos terem sido anulados e estarem a perder tempo e dinheiro\", \"foi desonesta para os colegas\", \"agiu de má fé\", \"perdeu-se uma batalha, mas não se perdeu a guerra\", entre outros. Esta funcionária afirma ainda que a intenção da reunião parecia ser \"pÎ-la contra os colegas\", mas diz que, pelo contrário, os colegas \"apoiaram-na\". Quanto às acusações de ter sido ela a culpada da anulação dos concursos, Luísa Paiva sublinha que a data da anulação é anterior à data de apresentação da sua reclamação.

Sentindo-se \"perseguida\", esta candidata apresentou um requerimento ao presidente da Câmara de Carrazeda para que fosse nomeado outro júri e não o que integrou o concurso anterior. No entanto, como o despacho do processo já tinha sido feito, Luísa Paiva contactou um advogado do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local para tentar resolver a situação.

Contactado pelo Semanário TRANSMONTANO, Paulo Rogão afirmou que todas as acusações \"são falsas\" e que o que realmente aconteceu foi uma sessão de \"esclarecimento\" aos candidatos. \"O júri apercebeu-se de alguns erros e lapsos nas candidaturas (os candidatos não preenchiam os requisitos necessários). Depois de uma reunião decidiu propor a anulação dos concursos e quis dar uma explicação aos candidatos\", argumentou Paulo Rogão.



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