As seguradoras e agentes que trabalham com a comunidade portuguesa têm sido pouco solicitados pelos seus clientes nos últimos dias, um sinal de que os emigrantes lusos poderão estar a ser poupados pelos distúrbios em França.

“Até agora só tive uma queixa”, confessou Jorge Rebelo, mediador em Aulnay-sous-Bois. A localidade encontra-se no departamento de Seine-Saint-Denis, aquele que foi mais fustigado pelos distúrbios que se prolongam há 12 dias, causados por jovens nos arredores de Paris. Este agente de seguros, que tem clientela portuguesa, mas também de outras nacionalidades, afirma que nos últimos dias tem sobretudo atendido chamadas de telefone a pedir informações.

“Querem saber as garantias que têm os seus contratos, em particular a cobertura sobre incêndio”, diz. Acácio Lopes, que tem dois escritórios no departamento vizinho de Val-De-Marne, tem sido também pouco solicitado e conta apenas “duas reclamações” de clientes cujas viaturas não estavam cobertas pelo risco de incêndio.

No entanto, adianta que os prejuízos em causa são pequenos por serem viaturas com vários anos e com um valor baixo. “Normalmente aconselhamos a cobertura de todos os riscos a viaturas com maior valor”, explica.
“Muita sorte” considera ter Patrice Mendes, sócio do Luso-Conseils, um escritório na capital francesa com muitos clientes portugueses e que até agora não recebeu uma única declaração de estragos.
Este consultor de seguros considera ser “difícil saber se a comunidade portuguesa foi tocada ou não” pelos estragos causados, até porque muitos dirigem-se a seguradoras francesas.

Também a seguradora Império, a única portuguesa que opera em França no ramo automóvel, registou apenas um caso de um incêndio de uma viatura em Paris, na sequência de um fogo num automóvel que se encontrava estacionado ao lado.



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