Os autarcas da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes consideraram hoje esclarecidas as dúvidas em relação ao processo das eleições presidenciais depois das explicações do Governo, afirmou hoje o presidente daquela CIM, Artur Nunes.

O papel previsto para os autarcas nestas eleições levantou dúvidas e críticas entre os nove presidentes de Câmara que compõem a CIM e que analisaram a questão durante uma reunião que decorreu hoje para tratarem de várias questões relativas ao território.

Artur Nunes disse à Lusa que os autarcas concluirão que “estão esclarecidas as situações” que os preocupavam depois das explicações dadas, na terça-feira, pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Um das questões dizia respeito à recolha de votos antecipados em várias instituições que, inicialmente, estava previsto ser feito pelo presidente da Câmara de cada concelho.

“Afinal não é o presidente da Câmara, é alguém em quem ele delegue”, afirmou o presidente da CIM.

Segundo Artur Nunes, também já está esclarecida a questão da votação nos lares, sabendo-se agora que irá ser disponibilizada uma sala em cada instituição para a votação, que os votos serão entregues para quarentena às câmaras municipais e que estas os entregarão lacrados às mesas de voto”.

“As dúvidas que tínhamos foram esclarecidas pelo ministro da Administração Interna”, assegurou.

O presidente da CIM antecipa que “o problema destas eleições será a abstenção”, independentemente de se tratar do voto antecipado a 17 de janeiro ou do ato eleitoral a 24.

No voto antecipado, as pessoas têm de se inscrever e o autarca que preside a CIM Terras de Trás-os-Montes e a Câmara de Miranda do Douro está convencido de que “muitas não o vão fazer”.

“Além disso, o medo também se instalou, as pessoas têm medo de ser contaminadas e, estando em confinamento, não acredito que vão sair de casa para ir votar”, considerou.

A possibilidade, que já existia, de voto antecipado foi alargada nestas eleições devido à pandemia de covid-19, que afeta Portugal desde março de 2020.

O período de inscrição termina na quinta-feira, 14 de janeiro.

Haverá mesas de voto antecipado nas sedes de cada um dos 308 concelhos, e não apenas na sede do distrito, como aconteceu nas eleições europeias e legislativas, em 2019.

Também os doentes com covid-19 ou pessoas em isolamento profilático podem pedir para votar antecipadamente.

O pedido de voto antecipado é feito por carta para a administração eleitoral e no “site” https://www.votoantecipado.mai.gov.pt.

As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral decorre entre 10 e 22 de janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).



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