Um trabalhador da Casa do Douro (CD) foi informado de que passaria a prestar serviço no Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), «a partir do próximo dia 15 de Abril», mas que só soube dessa requisição no dia 17 ao final da tarde.

Joaquim Mendes Ferreira, de 58 anos, que é especialista em classificação de videiras por castas, só soube da sua própria transferência dois dias depois da data em que deveria ter-se apresentado ao serviço naquele organismo.

O funcionário não quis prestar declarações ao JN, mas segundo apurámos terá sido informado \"apenas porque a direcção da Casa do Douro recebeu entretanto a requisição em causa, recebendo posteriormente um telefonema do IVDP\".

Manuel António Santos, presidente da Direcção da CD, a dizer que \"para além do aspecto profundamente caricato, a situação é muito grave na medida em que o IVDP pretende desta forma continuar a delapidar a Casa do Douro, agora até no que toca a Recursos Humanos, pois um técnico nesta matéria não se forma de um dia para o outro\", refere.

Saliente-se que dos 15 trabalhadores afectos há vários anos ao Serviço de Cadastro da Casa do Douro, este é já o 11º. a ser requisitado pelo Ministério da Agricultura. Situação que leva Manuel António Santos a acrescentar \"querem impedir-nos a toda a força de exercer as nossas obrigações legais de actualização do cadastro\".

Recorde-se, ainda, que a informação do cadastro da Casa do Douro (onde esão registadas todos dos dados das vinhas da região e dos viticultores) tem estado no centro de uma polémica entre aquela instituição e o IVDP. Até à última vindima, a CD cedia as informações ao IVDP, recebendo uma comparticipação financeira.

Em Dezembro último, o protocolo que vigorava ano a ano, foi rompido pelo IVDP, que o Ministro da Agricultura Jaime Silva, considera \"ser um utilizador legítimo dos dados do cadastro facultados até Dezembro de 2007 para preparar a vindima de 2008\", conforme pode ler-se num requerimento dos deputados do PSD na Assembleia da República. A Casa do Douro já disse que se vai queixar aos tribunais.

Jorge Monteiro, presidente do IVDP, disse ao JN, que \"caso tenha acontecido algum erro no que toca ao envio da requisição, o que posso dizer é que o trabalhador nunca será prejudicado\", admitindo que \"a carta possa ter ficado pendente em algum departamento\".

Relativamente a outras questões, aquele responsável não quis prestar declarações.



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