As câmaras de Boticas e Montalegre preparam as feiras do fumeiro presenciais e, ao mesmo tempo, apostam nas plataformas ‘online’ para potenciarem as vendas deste produto importante para a economia do Barroso, segundo disseram à agência Lusa.

As feiras físicas foram canceladas há um ano devido à pandemia de covid-19 e foi necessário reinventaram-se através da criação de sítios na Internet para venda do produto.

Um ano depois, a aposta no ‘online’ mantém-se e a plataforma “Fumeiro de Montalegre” foi reativada esta terça-feira para possibilitar vendas ainda a tempo do Natal, enquanto a “Boticas Tem” entrará em funcionamento em janeiro.

A Feira Gastronomia do Porco, em Boticas, costuma dar o pontapé de saída aos certames do distrito de Vila Real, estando prevista realizar-se de 13 a 16 de janeiro, enquanto a Feira do Fumeiro e Presunto de Montalegre está marcada para ocorrer de 20 a 23 de janeiro.

Os autarcas dos dois municípios que constituem a região do Barroso afirmaram que a sua realização está dependente da evolução da pandemia e das medidas de restrições que estiverem em vigor na altura.

David Teixeira, vice-presidente da Câmara de Montalegre, disse que as vendas ‘online’ arrancaram esta semana para que, no Natal, já possa haver fumeiro à mesa e afirmou que “esta é uma aposta que “veio para ficar”, mesmo com a realização da feira física.

O objetivo é conquistar novos mercados e proporcionar negócios por um período mais longo do que os quatro dias do tradicional certame.

Na plataforma, que permite a venda para todo o país de produtos típicos como salpicão, a alheira, o presunto ou o chouriço de abóbora, estão presentes 54 produtores de fumeiro daquele concelho do distrito de Vila Real.

David Teixeira disse que foi preciso encontrar novas formas de “chegar aos consumidores” e considerou que, no ano passado, teria sido “um desastre económico” para as famílias se não se tivesse vendido o fumeiro.

A iniciativa é conjunta com a Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã, que disse à Lusa que, na primeira edição, foram feitas 2.646 encomendas através da plataforma, num valor total de cerca de 176 mil euros, tendo sido vendidos quase 10 mil quilos de produto para todo o país, até ao Algarve e ilhas e ainda para o estrangeiro.

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, garantiu que está “a ser feito tudo” para que se possa realizar a feira física e, ao mesmo tempo, está a ser desenvolvida a plataforma ‘online’.

“Vamos ver como as coisas evoluem e só na primeira semana de janeiro é que vamos ter mais certezas”, salientou.

Se a feira não se realizar, a “Boticas Tem” é ativada logo a 06 de janeiro, caso contrário será lançada no dia 10, e ali estarão à venda o fumeiro, presunto, mas também outros produtos endógenos como compotas, licores, carne ou pão.

Fernando Queiroga salientou a importância da feira para o município pelo volume de negócio no recinto, mas também pela dinâmica económica que os visitantes criam na restauração e comércio e pela divulgação do concelho.

Em janeiro, na “Boticas Tem” foram enviadas cerca de 800 encomendas para todo o país, inclusive ilhas, mas também se registou um grande volume de negócios para o estrangeiro, nomeadamente para Espanha, França, Suíça e Bélgica.



PARTILHAR:

Movimento diz ser “ato grave” consórcio entre Câmara de Montalegre e Lusorecursos

Vila Real cancela festa de passagem de ano ao ar livre