A atividade marítimo-turística está autorizada na Via Navegável do Douro (VND) sujeita a restrições como a lotação até dois terços da capacidade máxima dos barcos, disse hoje à agência Lusa o comandante da Capitania do Douro.

O comandante Rui Manuel Santos referiu que as condições para as empresas marítimo-turísticas “são em tudo idênticas às que foram impostas” para outras atividades, nesta segunda fase do desconfinamento.

Ou seja, só podem navegar as embarcações que tenham uma área onde os passageiros possam circular igual ou inferior a 200 metros quadrados e com uma lotação limitada a dois terços da capacidade.

Os barcos turísticos que tiverem restaurante a bordo estão obrigados a cumprir com as restrições que foram impostas à restauração e similares, pelo que a refeição só pode ser feita ao ar livre e em esplanadas.

Esta autorização entrou em vigor na segunda-feira e, no Douro, algumas empresas já retomaram a atividade e outras preparam-se para pôr os motores a trabalhar.

No Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, a Companhia Turística do Douro anunciou “estar de volta” a partir da próxima segunda-feira.

Com cinco barcos, a empresa faz viagens regulares, em passeios de uma e duas horas, e a responsável, Vânia Ramos, disse que está tudo preparado para retomar, salientando que, agora, “são precisos clientes”.

Alguns operadores suspenderam a atividade em janeiro, quando entrou em vigor o confinamento imposto pela pandemia, mas outras já estavam paradas há mais tempo.

Foi o caso da Magnífico Douro, empresa que retomou a atividade na quarta-feira, dia em que teve um casal como cliente. “Foi bom, porque retomámos”, disse à Lusa Ricardo Costa, sócio-gerente da empresa.

A Magnífico Douro faz passeios em barco rabelo e lancha, também a partir do Pinhão. “Temos trabalhado todos os dias, mas com duas, quatro pessoas”, referiu o responsável.

Quanto às expectativas para este ano, Ricardo Costa confessou que “não são boas”. “Costumamos ter reservas de um ano para o outro e está tudo cancelado. Vamos tendo alguns clientes, sobretudo portugueses, que vêm até ao Douro”, salientou, apontando uma previsão de quebras na “ordem dos 90%”.

Por causa da covid-19, 2020 foi considerado um ano difícil para os operadores marítimo-turísticos que passaram meses parados e perderam uma grande parte dos clientes, que vinha do exterior.

Segundo dados da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), a Via Navegável do Douro recebeu 225.893 passageiros entre janeiro e outubro, uma quebra de 78% face ao mesmo período de 2019.

De acordo com a gestora da via navegável, 77% daqueles passageiros circularam em cruzeiros na mesma albufeira, 16% em embarcações marítimo-turísticas (onde se inclui os cruzeiros de um dia), 4% em embarcações de recreio e pesca e apenas 2% viajaram em navios hotel, tipologia que registou uma quebra de passageiros de 94% relativamente ao mesmo período de 2019.

Os turistas que visitaram o curso fluvial do Douro foram, maioritariamente, de nacionalidade portuguesa, francesa e alemã. Um retrato de nacionalidades diferentes das que costumavam visitar este rio e justificado pelas medidas de contenção implementadas no mercado americano e no Reino Unido.

Fotografia: AP



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