A Associação Vale d’Ouro considerou inexplicável que a Linha Ferroviária do Douro "esteja fora" do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e defendeu que a sua reativação até Salamanca, Espanha, promoveria novas oportunidades de negócio para a região.

A associação Vale d’Ouro, sediada no Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, participou na consulta pública referente ao PRR proposto pelo Governo, cujo procedimento acabou hoje, e defendeu o investimento na linha do Douro como “o motor de recuperação da economia na região e uma ferramenta que permitirá alcançar maior resiliência a desafios futuros”.

A linha atualmente liga o Porto ao Pocinho, mas no passado seguia Salamanca, via Barca d’Alva.

Luís Almeida, presidente da direção da Associação Vale d’Ouro, considerou “inexplicável” que a Linha do Douro “esteja fora do plano”.

“Por todo o documento são feitas diversas referências à necessidade da coesão territorial e estímulo das ligações transfronteiriças. A linha do Douro é dos investimentos que melhor se enquadra nestes dois objetivos e que mais valor pode gerar e consequentemente unir o território, torná-lo competitivo e, conforme pretende o plano, resiliente. É tão estranho que não faça parte deste plano”, frisou.

Referiu ainda que a linha de caminho-de-ferro em “pleno funcionamento até Salamanca contribui para a recuperação económica pelo facto de estimular toda uma região que abrange o norte do país e para a resiliência da região e do país já que se constituiria como reforço da rede ferroviária nacional e promoveria novas e diversificadas oportunidades de negócio para a região, para o turismo, para o Porto de Leixões e mesmo para os operadores ferroviários”.

“O Interior parece estar fora deste plano. São necessários muitos investimentos que reequilibrariam o país tornando-o mais competitivo e, naturalmente, mais resiliente, contudo o foco não parece estar centrado na dotação de iguais oportunidades para todo o território”, afirmou.

Termina hoje o prazo de consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, que prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido das verbas europeias pós-crise.



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