Três indivíduos foram ontem detidos pela Polícia espanhola, em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares, suspeitos da autoria da morte de um português, de 19 anos, que perdeu a vida na sequência de uma facada no coração, nas imediações de um bar.

A família do jovem está em choque, até pela forma como ele foi assassinado, indefeso e cercado por um grupo agressor, com o criminoso a pedir uma faca para o matar, e deixando-o a sangrar no chão. As palavras da mãe dizem tudo \"Ele foi morto como um animal\".

O jovem, Jorge Dinis Magalhães Dias, vivia em Espanha com a mãe, mas era natural de Mogadouro, onde a notícia do crime deixou familiares e amigos em choque. \"Eu cheguei a estar com o Dinis três vezes em Maiorca, era estimado por toda a gente e não se metia em confusões\", contou ao JN o amigo José Luís Angueira.

Jorge Dinis viveu em Mogadouro até aos 10 anos, na companhia da mãe, Rosa Maria, e da avó, Ermesinda Rodrigues. Rosa Maria separou-se do marido, pai de Jorge Dinis, e há nove anos partiu para Palma de Maiorca, para procurar uma vida melhor.

Dois anos depois era a vez de Jorge Dinis, filho único, ir para junto da mãe, quando ela já tinha a vida mais estabilizada, exercendo agora as funções de cozinheira num restaurante local. Como contou Ermesinda Rodrigues, o neto fez ainda a quarta classe em Mogadouro, mas o resto dos estudos, até ao 9º ano, já os fez em Palma de Maiorca, a viver com a mãe, num andar, na localidade de Son Ferriol. Não quis prosseguir os estudos e optou pelo mercado de trabalho e começou a aprender mecânica, profissão que actualmente exercia. Tinha paixão por carros e motos, uma dedicação que era dividida com o futebol, tendo chegado a jogar na equipa local, o Ferriolense.

Na sexta-feira à noite disse à mãe que ia sair e ficava depois em casa de uns amigos, mas Rosa Maria só veio a saber de novo do filho cerca das nove da manhã, quando recebeu a notícia de que ele tinha sido assassinado.

Ao que parece, o jovem saiu com amigos para uma zona de bares, em Can Castilla, tendo estado todos num local conhecido como Pub Ivan. De acordo com uma mensagem da namorada inserida no site de um jornal espanhol na sequência do homicídio, Jorge Dinis jantara também com amigos, após o que todos se dirigiram para a zona de bares.

Por razões que não são ainda conhecidas, foi ainda dentro do Pub Ivan que os desacatos começaram. Pouco depois, uma moradora da zona viu um jovem correr pelas ruas, vindo do bar e na direcção da praia, perseguido por um grupo de outros jovens que não conseguiu identificar.

A verdade é que três deles rodearam Jorge Dinis, que pouco depois caía no chão. Uma moradora disse ao jornal \"El Mundo\" que Jorge Dinis tinha um ferimento num olho e um golpe no peito.

O golpe foi desferido por uma arma branca e atingiu o coração, numa altura em que os amigos do jovem português já tinham debandado pelas ruas de Can Pastilla na sequência dos incidentes no bar. Jorge Dinis, que tinha feito 19 anos na segunda-feira da semana passada, ainda foi socorrido pelos serviços médicos de emergência, mas acabou por falecer no local.

A Polícia Nacional de Espanha iniciou investigações e na madrugada de ontem deteve três jovens suspeitos do envolvimento na morte de Jorge Dinis. Os detidos têm entre 20 e 23 anos e a Polícia apreendeu também uma faca que se presume ter sido usada no homicídio, assim como uma chave para desmontar pneus.

Ontem à noite os suspeitos estavam a ser ouvidos pelas autoridades e deverão ser amanhã presentes a tribunal. No entanto, segundo a SIC, a Polícia ainda não deu por encerradas as investigações e continua a fazer averiguações.

O porquê do crime é que continua por esclarecer e, de acordo com declarações de um tio do jovem, Manuel Pinto, que também vive em Palma de Maiorca, o conflito no Pub Ivan \"limitou-se a uma troca de palavras, nada mais\", segundo o jornal \"Ultima Hora\".

E o crime terá sido cometido à saída do bar. Segundo Manuel Pinto, quando o sobrinho e dois amigos saíram do Pub Ivan \"tinham à espera deles um grupo de uns 20 jovens\". Os dois amigos que estavam com Jorge conseguiram fugir, mas ele não e começou a ser agredido. O golpe mortal surgiu depois de alguém ter gritado \"passa-me a faca que o mato\".



PARTILHAR:

Unidades de Cardanha e Felgar

Assaltantes detidos