O concelho de Vila Pouca de Aguiar está a apostar na energia eólica, prevendo ter instalados 100 aerogeradores até 2012 que vão render cerca de 100 mil euros por mês aos cofres da autarquia.

«Em termos de energias renováveis devemos ser dos concelhos pioneiros a nível do país. Temos já eólicas, mini-hídricas, está prevista a construção de barragens, vamos ser abrangidos por projectos de biomassa e de energia solar fotovoltaica», afirmou hoje à Agência Lusa o presidente da autarquia, Domingos Dias.

Segundo o autarca, neste momento estão instalados no concelho cerca de 40 aerogeradores, com uma produção de 49 megawatts (MW). Até 2012, serão espalhadas pelas serras do concelho mais 60 ventoinhas, que produzirão mais 140 MW. No total Vila Pouca de Aguiar vai ficar com perto de 200 MW instalados até 2012.

«Só de receita bruta directamente proveniente da facturação calculamos que o município fique a receber cerca de 100 mil euros por mês. Qualquer coisa como um milhão e 200 mil euros por ano», frisou.

Esta verba, segundo o autarca, irá representar cerca de «20 por cento das receitas directas» da autarquia.

Domingos Dias, salientou que a receita do município vai «quadruplicar», visto que actualmente, pelos 49 MW recebe cerca de 25 mil euros mês.

Para além das receitas directas, o município lucra ainda com as obras que são feitas a título de contrapartida, nomeadamente com a construção de acessos.

Por exemplo, para a instalação do parque eólico de Montenegrelo e Guilhado, da empresa Enernova, o município recebeu como contrapartidas para obras sociais 300 mil euros, verba que poderá servir para investir na acção social escolar, nomeadamente no transporte das crianças e fornecimento das refeições.

Apesar de reconhecer os «grandes impactos visuais» resultantes instalação dos aerogeradores, o autarca referiu que a instalação dos parques têm em atenção as restrições propostas pelas organizações ambientalistas. «O benefício que a energia eólica representa para a diminuição do consumo de dióxido de carbono (CO2) suplanta em muito o impacto visual», frisou.

A nível da energia hídrica, o concelho possui uma mini-hídrica no Bragado, um investimento privado, até final do ano entra em funcionamento a mini hídrica do Vale e vai ainda ser directamente influenciado pela construção de três das quatro barragens previstas no Plano Nacional de Barragens para o Alto Tâmega e já concessionadas à espanhola Iberdrola.

A barragem de Gouvães será construída nos terrenos do concelho, os quais serão também afectados pela albufeira das barragens do Alto Tâmega (Vidago) e Daivões, entre Ribeira de Pena e Boticas.

«A nível hídrico temos um grande aproveitamento. Julgo que poucos concelhos terão estas potencialidades e a previsão destas potencialidades. Tudo isto ficará concluído até 2018, que é a meta apontada pelo Governo para a construção das grandes barragens», salientou Domingos Dias.

Apesar das contrapartidas financeiras para os concelhos do Alto Tâmega ainda estarem a ser discutidas, através da empresa intermunicipal Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB), o autarca salientou que o seu município vai beneficiar pelo menos durante a fase de construção, com cerca de 10 mil postos de trabalho directos.

«Tudo isto vai causar uma grande movimentação quer na restauração, quer na hotelaria quer a nível da dinâmica local», frisou.

Domingos Dias referiu ainda que o município já apresentou candidaturas para pÎr todos os equipamentos desportivos e culturais do concelho a serem abastecidos com energia solar fotovoltaica.

Relativamente à biomassa, o autarca referiu que o seu concelho vai também beneficiar com a construção de uma central de biomassa em Vidago, no concelho vizinho de Chaves.

A construção desta central, adjudicada ao grupo PROEF, começa em 2009, podendo criar 18 postos de trabalho directos e cerca de 300 indirectos, entre a recolha da matéria-prima pelos concelhos do Acto Tâmega e o transporte.



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