Hoje, dia 18 de agosto, o acampamento em defesa do Barroso vai culminar numa ação simbólica acompanhada de cânticos, palavras de ordem e ritmos de resistência, a começar no Largo Cruzeiro em frente à Capela de Nossa Senhora da Saúde às 14H00.

Desde dia 13 que o movimento anti-mineração de Portugal se uniu em Covas do Barroso para debater a questão da mineração do lítio. Ao longo da semana dinamizaram-se várias conversas, assembleias e plenários para construir um espaço de partilha sobre o impacto dos megaprojetos de exploração mineira na Península Ibérica. Por conseguinte, existiram momentos de planeamento estratégico de táticas e formas de luta para que as nossas vozes sejam finalmente ouvidas.

“Só recebemos quem vem por bem. Não à mina, sim à vida!" declarou a população local, sendo este o espírito compartilhado por todas as pessoas que há cinco dias aqui estão a acampar e a resistir em defesa dos nossos territórios.

A Associação Unidos Em Defesa De Covas Do Barroso tem recolhido muita informação sobre o projeto e rapidamente conseguiu mobilizar para a não realização de prospeções no seu território. A mina da Savannah é o projeto de extração de minerais de lítio mais avançado em território português. É a primeira de várias minas que o Governo português pretende desenvolver no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência onde podemos encontrar efetivamente a intenção de abrir concursos a empresas privadas e assim desenvolver um cluster em torno do lítio. À volta da aldeia, quatro zonas de minas a céu aberto estão previstas a ser exploradas pela Savannah Resources.

Em breve se a Agência Portuguesa do Ambiente emitir um parecer favorável ao desenvolvimento do projeto, independentemente de impactes ambientais e sociais negativos que este trará, a primeira porta para a destruição de Portugal abrir-se-á.

Apesar de ser apresentada como parte da solução para uma mobilidade sustentável no âmbito Europeu, a mina da Savannah dá continuidade a uma lógica extrativista, piora a qualidade de vida e contribui para o agravar da crise climática. Com o avanço do plano as nossas terras são-nos despojadas, os meios de subsistência ficam em risco e o problema do despovoamento das zonas interiores é reforçado.

Todas as pessoas são chamadas a esta luta, não podemos permitir que o governo central decida colocar os interesses económicos acima da vida. As gentes do Barroso estão em luta, e precisam de cada um de nós para que a sua voz seja amplificada. Amanhã junta-te a nós!



PARTILHAR:

Presidente Mário Artur Lopes recandidata-se pelo PSD a Murça

Despiste de moto 4 em zona florestal