A Câmara de Sabrosa quer aproveitar o nome de Fernão Magalhães para promover os produtos do Douro, nomeadamente o vinho, na Ásia, tendo como ponto de partida as Filipinas descobertas pelo navegador português há 487 anos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros deste país do Extremo Oriente, Alberto Rómulo, visitou na sexta-feira o concelho de Sabrosa, que reclama ser a terra Natal de Fernão Magalhães, o navegador responsável por um dos maiores acontecimentos históricos, a primeira viagem de circum-navegação.

A convite de Alberto Rómulo, uma delegação de Sabrosa vai em breve àquele país asiático com o objectivo de associar a componente cultural e histórica à económica.

«Vamos levar empresas da região, nomeadamente dos sectores dos vinhos e do turismo, nomeadamente a Adega Cooperativa de Sabrosa, para promovermos os produtos de toda esta região», afirmou o presidente da autarquia local, José Marques.

O autarca revelou pretender que as Filipinas funcionem como um «ponto de partida para entrar no mercado asiático».

Fernão Magalhães terá nascido, na Primavera de 1480, pressupõe-se que em Trás-os-Montes.

Foi um navegador que, ao serviço do rei de Espanha, comandou a expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo, acabando por ser morto por nativos nas Filipinas.

Segundo Jorge Monteiro, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, em 2007 foram vendidos, por exportação directa para as Filipinas, apenas 342 litros de vinho do Porto.

O responsável referiu que, actualmente, o Japão representa o mercado «mais expressivo» de vendas de vinho do Porto para a Ásia, já que o «japonês é um consumidor sofisticado».

José Marques quer abrir «canais diplomáticos e de aproximação» entre os dois países, que estão associados por um marco histórico ligado a Fernão Magalhães.

Nesse sentido, o ministro dos Negócios Estrangeiros das Filipinas disse que vai reivindicar junto do homólogo português a reabertura, ainda este ano, da embaixada portuguesa naquele país asiático, bem como a das Filipinas em Portugal.

O objectivo, disse, é que as estruturas estejam em pleno funcionamento para facilitar a organização das Comemorações dos 500 anos de Circum-Navegação, em 2021.

José Marques anunciou ainda a construção do Centro Interpretativo Fernão Magalhães, em Sabrosa, um projecto que representa um investimento de cerca de 600 mil euros e que deverá estar concluído em Abril de 2009.

«Vamos fazer tudo para que a presidente das Filipinas, Glória Arroyo, esteja presente no dia da inauguração», salientou o autarca.

A estrutura pretende ser «um espaço de encontro» entre as comunidades «tocadas» pela circum-navegação, designadamente os países europeus que contribuíram com a tripulação e aqueles por onde passou Fernão Magalhães, nomeadamente Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Filipinas.

Segundo José Marques, pretende-se usar a tecnologia para criar um «centro de sensações e percepções», estando ainda previsto um «simulador onde será possível sentir o que é estar numa nau em pleno oceano».



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