O Festival Intercéltico de Sendim regressa este ano às suas origens, que remontam a 2000, assente nas sonoridades do chamado “Arco Atlântico” com sons folk/rock vindos das Astúrias e Galiza (Espanha) e da Escócia, anunciou hoje a organização.

A 24.ª edição do Festival Intercéltico de Sendim (FIS), que acontece na vila Sendim, concelho de Miranda do Douro, está agendada para 01 e 02 de agosto e conta com Ruben Alba (Astúrias) e Astro Bloc (Escócia), como cabeças de cartaz, com atuações marcadas para a noite de sábado, 02 de agosto.

Antes, no primeiro dia do FIS, o palco pertencerá ao Arrebenta a Gaita de Sendim, a que se junta a Orquestra de Foles, e a fechar a noite ficam os Breo, vindos da Galiza, em Espanha.

Em declarações à agência Lusa, o diretor dos FIS, Mário Correia, disse que a escolha das sonoridades do chamado “Arco Atlântico” tem a ver com a matriz escolhida no início do Intercéltico no ano de 2000.

“Nas últimas edições do festival tivemos uma maior proximidade com o território fronteiriço de Castela e Leão, mas resolvemos recuperar as sonoridades folk atlânticas, devido à possibilidade de ter uma banda escocesa no festival, porque se encontra em digressão na Península Ibérica”, explicou.

Segundo Mário Correia, os festivaleiros mais “roqueiros” vão preferir o Ruben Alba, e os apreciadores da folk vão para inclinar-se para as sonoridades dos escoceses Astro Bloc.

Além desta sonoridade, os gaiteiros do Nordeste Transmontano têm igualmente neste festival um momento alto, já que têm espetáculos marcados para os dois palcos do festival.

“O Festival Intercéltico de Sendim, que celebra 25 anos, conta com 24 edições", apenas interrompidas por dois anos por causa da pandemia, vincou Mário Correia. "E consolidou, em termos de matriz de programação, um modelo dedicado às músicas tradicionais ou de raiz, sobretudo a partir das emblemáticas gaitas de foles do Nordeste Transmontano, em diálogo interativo com os sons do mundo e os estilos ou géneros da modernidade, refletindo deste modo a realidade multicultural e intercultural em que vivemos no mundo de hoje.”

Segundo o responsável pela organização e produção dos FIS, praticamente toda a programação para 2025 tem por base "formações jovens, que já estão a construir a folk de amanhã e de sempre, com enorme dinamismo e criatividade".

“Num tempo ainda e sempre nada fácil para a cultura, o FIS permanece igual a si próprio, fiel a uma linha de programação que não se orienta por critérios de ‘amiguismo à la carte’ e que não vai em modas e quejandos, mas antes afirma a identidade programática definida no já longínquo ano de 2000, quando em terras de Sendim começámos esta aventura de intervenção musical e cultural”, concluiu Mário Correia.

Música, artesanato, livros e discos, produtos da terra, 'poções mágicas' - entre as quais pontifica o singular licor celta -, tertúlias e encontros são outros ingredientes indispensáveis das celebrações da música e cultura celtas em Terras do Planalto Mirandês, na região fronteiriça, no distrito de Bragança.

 



PARTILHAR:

Arguido condenado por abuso sexual de criança e pais como cúmplices em Vila Real

Incêndio destrói habituação e duas pessoas ficam desalojadas em Peso da Régua