Teve lugar o XVII Congresso Anual Luso-Americano de Língua e Cultura
Portuguesa, numa promoção da Comissão Instaladora da Luso-American Education Foundation da Costa Este e da União Portuguesa Continental. A organização contou ainda com o apoio do Center Global Education do Framingham State College em Framingham, Massachusetts.
As boas vindas foram dadas pelo arquitecto Alberto Costa Jr., presidente da União Portuguesa Continental, ao que se seguiu a intervenção do cônsul de Portugal em Boston, Américo Madeira Bárbara.

Os intervenientes nos trabalhos Onésimo Almeida, da Brown University, foi o primeiro orador da noite dentro do contexto da educação tendo abordado o tema “Algumas reflexões sobre o acesso dos alunos portugueses ao ensino superior americano”.

Eduíno de Jesus foi o segundo interveniente nos trabalhos no Congresso Anual Luso-Americano de Língua Portuguesa e trouxe “A Décima dos Pastos da Rapa”, de Victorino Nemésio.

Aida Cabral-Bairos foi a interveniente após um intervalo e trouxe ao congresso “Literacy Collaborative (Good First Teaching)”.

Maria Alice W. Ferro aproveitou este encontro de homens de letras para lançar o seu livro “As Minhas Asas”.

Caetano Valadão Serpa, uma figura já habitual nestas manifestações culturais, lançou mais um livro “Uma Pessoa é Pouca Gente”, cuja apresentação esteve a cargo de Manuela Costa.

Helena Santos Martins, médica de medicina interna do Centro de Saúde de Cambridge abordou o assunto sobre diabetes e doenças coronárias na comunidade de língua portuguesa da Costa Leste, Massachusetts.

Alzira Silva, directora regional das Comunidades, honrou com sua presença e intervenção o Congresso de Língua e Cultura Portuguesa, a quem tem dado o seu apoio. “O sistema de apoio da Direcção Regional das Comunidades” foi o tema da representante oficial do Governo Regional dos Açores.

Miguel Moniz, antropologista na Universidade Brown, abordou o tema do repatriamento que tanta tinta tem feito correr nos últimos tempos.

Francisco Cota Fagundes, da UMass Amherst, outra figura habitual nestas iniciativas culturais, trouxe “Stormy Isles: An Azorean Tale: A Boston Connection?”

Fátima Martins, directora de Cidadão 2000 Citizen, abordou: “So, We are finally All(?) American Citizens. Now What?”

O sábado terminou com um noite musical em Marlboro, com jantar à portuguesa e fados. Actuaram Madalena Pata, Catarina Avelar e Manuel Brandão, com acompanhamento de Manuel Leite e José Mota.

Os trabalhos de domingo tiveram início com Dinis Borges do College of The Sequois e Tulare Union High School. “Falar em Português na Califórnia:
Desafios, Perspectivas e Compromissos”, foi o assunto abordado.

José Ornelas, chefe do Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Massachusetts de Amherst, abordou o tema “A Memória da Guerra Colonial”.

Maria de Lourdes Serpa, professora na Lesley University, é mais uma presença habitual nos congressos de língua e cultura portuguesa.

Usariam da palavra e já na recta de encerramento do XVII Congresso Anual Luso-Americano de Língua e Cultura Portuguesa Manuel S. Bettencourt “Chair of the Board Directors da L.A.E.F. e Rodrigo Alvernaz, presidente da Luso-American Education Foundation”.
José Figueiredo, presidente do congresso fez o discurso de encerramento.

“Precisamos de pelo menos 1 milhão de dólares para fazer face aos programas de apoio à educação académica” — Rodrigo Alvernaz no decorrer do Congresso de Língua e Cultura Portuguesa

Rodrigo Alvernaz, presidente da Luso-American Educatiom Foundation, falou sobre a “Sínopse da História da Luso-American Education Foundation e o seu Futuro”.
“A história da Luso-American Education Foundation (Fundação Luso-Americana para a Educação) teve início em São José, Califórnia, a 17 de Fevereiro de 1957, quando da primeira reunião conjunta da Sociedade Benficente da Califórnia e da União Portuguesa Continental do estado da Califórnia, a que eu tive o prazer e o privilégio de estar presente como delegado da sucursal n.º 47 de São José da então Sociedade Beneficente. Desta fusão saiu a United National Life Insurance Society/Federação Fraternal Luso-americana”, começou por dizer Rodrigo Alvernaz no decorrer do Congresso Luso-Americano de Língua
e Cultura Portuguesas.
“Nesta reunião foi aprovada uma resolução para a criação duma comissão de educação, cujo propósito seria um estudo de um programa para intercâmbio de estudantes entre os Estados Unidos e Portugal”, disse Rodrigo Alvernaz, numa demonstração do entusiasmo em manter a juventude luso-americana ligada à língua portuguesa.
“Este programa teve início no verão de 1958 quando cinco estudantes pós graduados foram enviados a Portugal, com todas as despesasa pagas, para frequentar o curso de verão da Universidade de Coimbra”, prosseguiu Rodrigo Alvernaz, que teve de recorrer à United National Life Insurance Society para financiar a despesa de tais deslocações e estadia. Mas o entusiasmo era de tal forma que se criou uma nova comissão de apoio à educação.
“Assim, no Congresso Anual de 1959 da Federação Fraternal Luso-Americana, uma nova resolução foi aprovada para que a comissão de educação estabelecesse uma entidade corporativa sob o nome de Luso-American Education Foundation (Fundação Luso-American para a Educação). Mas as finalidades desta nova organização não se limitavam ao apoio académico, mas sim celebrar Portugal nos EUA. Promoção do Dia de Camões que teve lugar pela primeira vez a 10 de Junho de 1966, com um banquete num hotel em São Francisco. Presidi à comissão das celebrações de 1976 a 1996 actualmente conhecidas como o Dia de Portugal”, prossegue Rodrigo Alvernaz, avançando uns anos e referindo-se à situação do apoio à educação académica.
Perante a falta de cooperação o presidente da Luso American Education Foundation acrescenta: “A falta de cooperação de outras entidades, finalmente chegámos à conclusão que a fundação só era apoiada pela Luso American Life Insurance Society, e por pessoas que a título individual se haviam associado a esta causa filantrópica”, disse Rodrigo Alvernaz.
“A Luso American Life Insurance, de que faz parte a União Portuguesa Continental, desde a fusão finalmente realizada a 1 de Janeiro de 2002 continua a apoiar a fundação com recursos humanos e financeiros”, prossegue o presidente da Luso American Education Foundation.
“O futuro desta organização é agora mais risonho do que nunca, devido à sua expansão a esta costa do Atlântico dos EUA, onde sem dúvida merecerá o vosso apoio e colaboração na expansão dos programas educacionais e culturais, tais como o XVII Congresso Anual de Língua e Cultura Portuguesa. Entretanto estamos no processo de preparação para a XXVII Conferência sobre Educação Luso-Americana a realizar no San José State University a 15 e 16 de Março de 2003”, prossegue Rodrigo Alvernaz, que prevê angariar 1 milhão de dólares para fazer face ao apoio à educação académica.

Manuel S. Bettencourt, “chair of the Board Directors da “LAEF”, foi outro dos oradores tendo focado a possibilidade do lançamento da Luso American Education Foudation na costa leste dos EUA.
“Temos aqui uma grande concentração de portugueses e para isso a LALIS já ofereceu este ano 50 mil dólares para os jovens sócios da PCU”, disse Manuel S. Bettencourt, deixando em resumo o que tem feito a LAEF.
“Atribuição de Bolsas de Estudo, programas de português nas universidades, colégios, escolas comunitárias portuguesas que funcionam junto dos clubes e igrejas. Congressos anuais sobre língua e cultura portuguesa. Celebrações do
Dia de Portugal (desde 1966). Cursos de verão em universidades em que os jovens estudam a língua e cultura portuguesa, arte, arquitectura, música, folclore, geografia e culinária portuguesa. Publicação de livros sobre portugueses nos EUA. Acontecimentos culturais, simpósios, recitais de poesia, ranchos folclóricos, filarmómicas”, prossegue Manuel Bettencourt, sublinhando a forma como a língua portuguesa é apoiada. “Já distribuimos mais de 1 milhão de dólares em bolsas de estudo. Nos últimos anos temos dado entre 50 a 60 mil dólares e este ano foram distribuídos 74 mil dólares (61 na Califórnia e 13 na costa leste). No próximo ano vamos distribuir montantes equivalentes, tudo dependendo dos fundos angariados”, prossegue Manuel Bettencourt.
“Julgo que é muito importante colocar na mente dos jovens a importância de falar outra língua de descobrir as raízes portuguesas e de se sentirem orgulhosos da mesma. Estes programas têm despertado junto dos jovens o orgulho de serem portugueses”, concluiu Manuel Bettencourt.



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