O município de Vinhais faz um balanço “dramático” da campanha da castanha, com prejuízos de “10 milhões de euros”, e quer ajudas financeiras do Governo aos produtores deste concelho do distrito de Bragança, divulgou hoje a autarquia.

O concelho concentra, junto com Bragança, a maior parte da produção nacional de castanha, o que num ano normal corresponde entre “13 a 15 mil toneladas”, que geram “entre 15 e 20 milhões de euros” na economia local.

A seca extrema do ano de 2022, junto com as doenças como a tinta, o cancro e a vespa das galhas do castanheiro, “originaram uma quebra acentuada na produção”, que a autarquia aponta na ordem dos “80%”, aproximando-se dos “90%” nos castanheiros mais antigos.

O balanço foi feito pela autarquia depois de ouvir as juntas de freguesia e organizações do setor, e consta de uma moção aprovada em reunião de Câmara e pela Assembleia Municipal de Vinhais.

No documento, divulgado hoje pelo município e dirigido aos órgãos de soberania nacionais e entidades regionais, “requer-se que o Governo adote medidas urgentes e concretas de apoio aos produtores de castanha, designadamente através de apoios financeiros diretos”.

A quebra na produção tem, como consta do documento, “como consequência uma perda de rendimentos para as famílias e agricultores do concelho de Vinhais no valor de 10 milhões de euros”.

A moção salienta que a castanha constitui-se “como um produto de alta rentabilidade, seja para os empresários do setor, seja para como suplemento do orçamento das famílias e até como rendimento para muitas famílias do concelho”.

O município de Bragança também já tinha aprovado uma moção no mesmo sentido e em ambas é destacado “o papel fundamental da cultura do castanheiro no desenvolvimento económico, social e ambiental destes territórios”.

O município de Vinhais lembra ainda que logo no início da campanha manifestou à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, “a preocupação da perda de rendimentos para as famílias e agricultores”.

Terminada a campanha e depois de feito o levantamento dos prejuízos, a autarquia transmontana quer que o Governo ajude os produtores e famílias locais face à perda de rendimento.



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