O município de Vinhais, um dos maiores produtores portugueses de castanha, anunciou hoje que submeteu uma candidatura a fundos comunitários no valor de um milhão de euros para o combate à vespa das galhas do castanheiro.

Este concelho do distrito de Bragança é aquele onde têm sido detetados mais soutos infetados com o inseto que começa por secar ramos dos castanheiros e já dizima toda a árvore, pondo em causa a produção daquele que é um dos produtos com maior valor económico em Trás-os-Montes.

O município de Vinhais divulgou hoje que, “tendo em conta a importância que a castanha desempenha na economia do concelho, submeteu uma candidatura à medida Prevenção da Floresta Contra Agentes Biológicos e Abióticos.

O objetivo desta candidatura com um valor de cerca de um milhão de euros é o tratamento da vespa das galhas do castanheiro, a maior ameaça atual, mas também doenças que afetam os soutos como o cancro e a tinta do castanheiro.

“Apesar da sua robustez, o castanheiro tem vindo a perder-se no tempo devido à seca e às doenças acima referidas, em especial a doença da vespa”, vinca a autarquia, em comunicado.

A candidatura a fundos comunitários destina-se a um plano que, segundo o município, “abrange todas as freguesias do concelho de Vinhais durante um período de cinco anos, tendo como data previsível de início o final do ano de 2019”.

Se a candidatura for aprovada, o financiamento comunitário será de 90% e a câmara municipal custeará os restantes 10%, como indicou a mesma.

O município de Vinhais iniciou em 2018 a luta biológica contra a vespa das galhas do castanheiro, em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) responsável pelas largadas de um parasitóide, um inseto que mata a vespa antes de infetar as árvores.

Em 2018, foram detetados no concelho 130 soutos infetados e feitas 52 largadas do parasitóide. Para 2019 foram programadas 159 largadas, depois de o número de soutos infetados ter subido para 600.

Num balanço feito em fevereiro de 2019, o coordenador da equipa do IPB que está a fazer as largadas, Albino Bento, deu conta de que os primeiros resultados da luta biológica contra a vespa das galhas do castanheiro indicam que será possível controlar a praga em “cinco, seis anos” nos soutos tratados.

Os investigadores constataram que o inseto que está a combater a praga já está a reproduzir-se naturalmente com taxas de instalação superiores a 80%.

Os impactos desta praga na produção ainda não são visíveis, mas os envolvidos na luta biológica alertam que, mesmo a correr bem, a região terá “três, quatro anos com alguns prejuízos”.

A vespa das galhas do castanheiro foi detetada nesta região, que é maior produtora portuguesa de castanha, em 2015, e em 2018 foram feitas as primeiras largadas do parasitóide com que está a ser feita a luta biológica para evitar quebras avultadas na produção de castanha como aconteceu em países como a Itália.



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