A Câmara de Valpaços está a distribuir compostores por instituições e cidadãos no âmbito de um projeto-piloto que visa reduzir os biorresíduos depositados em aterro e ajudar a poupar na aquisição de fertilizantes para hortas e jardins.

“[Com a distribuição dos compostores] Fazem a compostagem em casa e que muito jeito dá nos dias de hoje, porque estes resíduos orgânicos passam a ser um fertilizante para a nossa terra”, afirmou hoje António Medeiros, vice-presidente da Câmara de Valpaços.

O autarca lembrou que também o preço dos fertilizantes “disparou”.

Ajudar a poupar nas despesas e proteger o ambiente são, precisamente, os objetivos do projeto que o município do distrito de Vila Real candidatou ao programa “Biobairros – da terra à terra”, do Fundo Ambiental.

António Medeiros explicou que, nesta fase piloto, são abrangidas a cidade de Valpaços e as vilas de Carrazedo de Montenegro e Vilarandelo, podendo, mais tarde, vir a ser ampliadas as áreas abrangidas.

Paula Magalhães, chefe de divisão dos espaços verdes e responsável pelo projeto, explicou que a iniciativa é direcionada para biorresíduos, ou seja, resíduos produzidos em casa, mas não cozinhados, como cascas de ovos, frutas, batatas, restos de alface (não temperada) ou borras de café.

Instituições e cidadãos com hortas e quintais têm acesso a compostores domésticos de 300 litros. Para quem vive em apartamentos é cedido um pequeno recipiente que deverá ser cheio com os biorresíduos e, depois, despejado em compostores comunitários que serão estrategicamente colocados nas três localidades.

Estes compostores comunitários serão selados, quando estiverem cheios, e abertos outros. Depois de feita a decomposição, que demora uma média de três meses, o composto é retirado para ser utilizado nos jardins do município.

Paula Magalhães disse que, caso seja solicitado, o composto pode também ser fornecido aos cidadãos.

Estes eram, até agora, resíduos que eram colocados no lixo indiferenciado que vai para o aterro.

Ao diminuir a quantidade de resíduos sólidos urbanos a encaminhar para o aterro o município está também, segundo a responsável, a “diminuir os gastos”.

“A fatura paga pelos resíduos é muito grande. Com a recolha, taxa de resíduos e tratamento, a tonelada dos resíduos fica extremamente cara”, afirmou Paula Magalhães.

A responsável mostrou-se ainda surpreendida com a adesão ao projeto e disse que, em uma semana, foram solicitados “mais de 120 compostores”.

“Esta iniciativa serve de sensibilização para a população e para nós todos, porque esta é uma guerra dos tempos modernos”, salientou António Medeiros.

Um dos compostores foi entregue na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Valpaços e foi colocado na horta da instituição, onde são colhidos muitos dos alimentos utilizados nas suas cozinhas.

A presidente da APPACDM, Teresa Pavão, destacou a importância do projeto e referiu que os utentes da associação vão ser envolvidos nesta atividade, ficando três deles corresponsáveis pela separação dos biorresíduos e a sua colocação nos depósitos.

Estes eram, explicou, resíduos que iam “diretamente para o contentor indiferenciado” e que, agora, vão ser separados na fase de cozinha e, depois, vão ser reaproveitados para composto que vai ser usado nos jardins e na horta biológica da instituição, que também é cuidada pelos utentes com a ajuda de monitores.

“Nesta casa todo o tostão é contado e pensado seriamente quando é aplicado”, referiu Teresa Pavão.

Na cidade de Valpaços, a APPACDM tem um lar residencial e o centro de atividades ocupacionais, com 28 utentes.



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