Uma mulher, de 61 anos, morreu, vítima de enfarte, poucos minutos depois de ter tido alta do Hospital de Valpaços, onde tinha entrado com vómitos e dores fortes no peito e num braço. Inconformada, a família já apresentou queixa.

A participação deu entrada na GNR de Valpaços, que irá remeter o caso para o Ministério Público. Ontem, fonte do Hospital de Nossa Senhora da Saúde, uma unidade privada com subvenção do Estado, informou que a direcção clínica só deverá prestar declarações sobre o caso após estar concluído o processo de averiguações que deverá ser levantado na sequência da queixa da família da vítima.

Maria de Lurdes Andrade, 61 anos, residente na aldeia de Sonim, deu entrada no hospital valpacense «por volta» das 16 horas do passado dia 16. Foi transportada por uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). «Eu tinha ido para um funeral e ela ligou-me aflita a dizer se a podia levar ao hospitalar que estava com vómitos e tinha uma dor muito forte no peito e que lhe apanhava o braço», conta o vizinho José Costa, que, perante os sintomas, decidiu accionar o INEM. «Quando lá chegamos, eu disse ao médico que ela era diabética e que devia ser princípio de um ataque, mas ele respondeu-me logo: «Nós é que sabemos». De acordo com a mesma fonte, além de ter recebido oxigénio, e lhe terem sido feitas análises sanguíneas, também lhe foi feito um Raio X. No entanto, cerca das 19.40 horas, a doente terá tido alta. \" Mandaram-nos embora, mas ela ainda me disse: «Estou-me a sentir melhor porque recebi oxigénio, mas não vou bem», recorda José.

«Morreu-me nos braços»

Para não ficar sozinha em casa, uma vez que o marido estava de viagem, Maria de Lurdes pediu ao vizinho para a levar para Chaves, para casa de uma filha. José assim fez. Mas, ainda mal tinha deixado a cidade de Valpaços, quando Maria de Lurdes caiu sobre ele. Terá tido um enfarte.

\"Estávamos perto do restaurante Cadavez quando ela caiu em cima de mim. A reacção que tive no momento foi ligar os quatro piscas e voltar rápido para o Hospital\". Tarde de mais, no entanto. \"Morreu-me nos braços, quando a estava a tentar pÎr na cadeira de rodas do hospital\", recorda, ainda angustiado, José Costa. \"Nunca me tinha acontecido uma coisa assim. Ainda estou traumatizado\", diz.

Segundo garante, só nessa altura, \"já sem sinais vitais\", lhe terá sido feito um electrocardiograma.

Agora, a família está disposta a levar o caso até às últimas consequências para esclarecer a situação. \"Eles vão até onde for preciso. Não querem nada, mas é para que situações destas não se voltem a repetir\", conclui José Costa



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