O parque Armanda Passos vai nascer junto ao rio Douro, no Peso da Régua, com esculturas que reproduzirão em grande escala as figuras emblemáticas da obra da pintora duriense, foi hoje anunciado.

Na zona ribeirinha, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, descerrou uma placa com o nome “Parque Armanda Passos”, a pintora que nasceu na Régua e que recentemente doou 83 das suas obras ao Museu do Douro.

Este foi, segundo o diretor do Museu do Douro, Fernando Seara, o primeiro passo para a criação do parque onde, futuramente, estarão expostos elementos escultóricos reproduzindo em grande escala as figuras emblemáticas da obra da pintora, como as mulheres de volumes avultados e os pássaros.

“O trabalho é pegarmos no imaginário da obra da Armanda Passos e transformá-lo em esculturas”, salientou.

Por sua vez, o ministro do Ambiente disse que fez questão de se associar a esta homenagem a Armanda Passos.

“É um gosto enorme estar aqui e ver juntar-se a pintura da Armanda Passos à terra que a viu nascer, às figuras extraordinárias que ela desenhou e perceber que elas podem mesmo fazer parte de um território”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.

Para já ainda fechada dentro da unidade museológica, mas, depois, também fora, junto ao rio Douro, num espaço verde onde já existe um circuito para peões e bicicletas.

“As duas dimensões da pintura da Armanda Passos são certamente transformáveis nas três dimensões da escultura por aquelas figuras, por um lado as mulheres redondas, por outro aqueles animais espantosos que não sabemos se andam, se voam, se nadam e que são, de facto, outra biodiversidade criada por um artista e que darão, certamente, uma cor, uma forma e uma relevância a este parque (…) que pode ser mais rico ainda”, salientou o ministro .

O projeto previsto para o parque junta a Fundação do Museu do Douro, a Câmara Municipal do Peso da Régua e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) e tem a parceria da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. A iniciativa vai ser coordenada pelo professor José Paiva.

Fernando Seara disse que, agora, se procuram parceiros para o investimento e se estuda a possibilidade de submeter o projeto a uma candidatura.

“A ideia foi lançada hoje e vai ser concretizada a breve prazo. Neste momento, estão quantificadas 12 esculturas, uma ficará na sede do Museu do Douro e todas as outras no parque”, salientou o diretor.

O objetivo é “animar o parque” junto ao rio Douro e transformá-lo “numa atração incontornável” para quem visita o território.

Na obra de Armanda Passos, com 77 anos, estão muito presentes figuras de mulheres, animais e cores vivas.

A artista expõe desde 1976, tendo participado em diversas exposições individuais e coletivas e representado Portugal em bienais internacionais.

No Museu do Douro abriu no dia 18 de maio um espaço, que aumentou o circuito de visita e onde estão expostas as 83 obras da artista, entre desenhos a tinta da china, guaches, óleos, gravuras e serigrafias.

“Com esta iniciativa o Museu perpetua a obra de Armanda Passos no Douro e na Régua, terra onde nasceu”, salientou, na altura, o presidente da Fundação do Museu do Douro, Fernando Pinto.

A artista licenciou-se em artes plásticas pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, atual Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), cidade onde vive e trabalha e onde realizou a sua primeira exposição individual.

Entre as distinções que recebeu, destaca-se o prémio do Ministério da Cultura (1984) e a atribuição da Comenda da Ordem de Mérito (2012) da República Portuguesa.

Além de coleções privadas e institucionais, Armanda Passos integra coleções museológicas como o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Champalimaud, Museu de Serralves, Museu do Chiado, Museu Berardo, Museu Amadeo Souza Cardoso, Coleção Millenium BCP e a Coleção da Presidência da República (Palácio de Belém).



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