Terminou ontem mais uma Feira do Fumeiro de Vinhais, que este ano completou 25 anos. O tempo esteve do lado da organização e no fim-de-semana registaram-se verdadeiras enchentes, embora as vendas, segundo alguns produtores, tenham ficado aquém de outros anos.

A edição deste ano contou com cerca de 100 pequenos produtores, que durante o ano passaram por um controlo de qualidade. Este processo incluiu a identificação dos animais, obrigatoriamente de raça bísara ou cruzados de bísaro, o acompanhamento do maneio, a alimentação e abate. Pouco antes da feira foi efectuado o controlo sanitário do fumeiro produzido.

Além dos produtores individuais, também foi comercializado o fumeiro de 21 Cozinhas Regionais, 15 das quais do concelho de Vinhais. Para promover estas estruturas, a organização criou um Roteiro das Cozinhas Regionais de Fumeiro, com o objectivo de atrair os visitantes aos locais de produção. Foi criada uma marca que identifica estes estabelecimentos nas estradas da região e nos próprios locais de venda.

Paralelamente à venda de fumeiro, realizaram-se as Jornadas Gastronómicas, em que os restaurantes oficiais e as tasquinhas instalados no recinto da feira serviram pratos tradicionais.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vinhais, José Carlos Taveira, o certame continua a ser \\"uma feira de paladar e alegria, que anima a sede de concelho durante quatro dias\\".

Bodas de prata

Em 25 anos, Vinhais conseguiu afirmar-se como a \\"Capital do Fumeiro\\". Para o edil, esta não é uma designação atribuída \\"por vaidade, mas o reconhecimento por um trabalho levado a cabo ao longo destes últimos anos\\".

A primeira Feira do Fumeiro de Vinhais realizou-se no dia 9 de Fevereiro de 1981. Duas barracas com fumeiro, expostas no Largo do Arrabalde, tornavam diferente a feira quinquenal desse ano. A partir daí, \\"a afirmação do Fumeiro de Vinhais no contexto nacional foi acontecendo de forma sustentada\\", frisa o autarca.

Em 1994, foi criada a Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara, que tem como função garantir a autenticidade da matéria-prima do fumeiro de Vinhais - o porco bísaro.

A partir de 1995, a autarquia avançou com um projecto-tipo com vista a fomentar a suinicultura tradicional, que possibilitou a instalação e o licenciamento de cerca de 70 pocilgas familiares.

Foi depois iniciado o processo de certificação do fumeiro. O \\"Salpicão de Vinhais IGP\\" e a \\"Chouriça de Carne de Vinhais IGP\\" foram os primeiros a receber a certificação, sendo confeccionados pelas empresas de transformação que foram nascendo no concelho.

Espaço próprio na região

Quando completou 18 anos, em 1999, a Feira do Fumeiro atingia a maioridade e recebia o primeiro espaço próprio, o Pavilhão Multiusos.

Em 2000, iniciou a actividade o Matadouro de Vinhais, licenciado para o abate de suínos, que utiliza os métodos tradicionais de chamusco e desmancha e é visto como um importante complemento a todo o ciclo do fumeiro.

Em 2001 iniciou-se o processo de qualificação do restante fumeiro de Vinhais. A \\"Alheira de Vinhais IG\\", o \\"Chouriço Doce de Vinhais IG\\", o \\"Chouriço Azedo de Vinhais IG\\", o \\"Butelo de Vinhais IG\\" e o \\"Presunto de Vinhais IG\\" devem começar a ser certificados ainda este ano.

A partir de 2002, começaram a surgir as chamadas \\"Cozinhas Tradicionais\\", que não são mais do que pequenos estabelecimentos de produção de fumeiro artesanal, que mantêm todas as condições higieno-sanitárias. Estas cozinhas podem fazer venda directa de fumeiro.



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