Doze produtores de castanha de Carrazedo de Montenegro, em Valpaços, juntaram-se no projeto 'Afagos da Terra' e tiraram a camisola para protagonizar um calendário solidário que realça o valor deste fruto e ajuda uma instituição de solidariedade social.

"Somos 12 agricultores de Carrazedo de Montenegro, ligados à castanha, e temos concretizado investimentos nesta cultura", afirmou à agência Lusa o mentor do projeto, Lino Sampaio.

Depois de ver uma reportagem sobre um calendário protagonizado pelos agricultores de Barcelos, surgiu a ideia de avançar com um projeto idêntico sobre as castanhas judias e Carrazedo.

"Contactei os colegas, alguns deles até terão achado que estava a brincar, mas quando deram conta, era preciso tirar a camisola", frisou.

E tiraram mesmo a camisola para as fotografias que ilustram os meses do calendário. Entre os 12 produtores, está uma mulher que optou por vestir uma camisola preta de alças.

Pelos meses do calendário vão-se vendo os agricultores no souto, junto a castanheiros, nas máquinas agrícolas, nos armazéns e sacas cheias de castanhas. Alguns optaram por se deixar fotografar com os filhos.

"O intuito principal foi falar em Carrazedo, em castanhas judias e numa geração nova que está apaixonada pela terra, pelo fruto. Esta é uma maneira diferente de chamar a atenção para o setor e a região e falar disto de uma maneira positiva e alegre", sublinhou.

A castanha é a principal fonte de receita de muitas famílias da zona de Carrazedo de Montenegro, onde cerca de 90% da produção já é da variedade judia. Também esta região foi afetada pela seca e a produção registou uma quebra de cerca de 50%.

"A castanha judia precisa urgentemente de ser mais trabalhada e mais acarinhada", frisou.

Lino é o rosto do mês de novembro. Tem 43 anos e dedica-se em exclusivo à agricultura, tomando conta de 4.000 plantas e 40.000 hectares.

"A terra falou mais alto, apaixonei-me e é lá que sou feliz", salientou.

Segundo Lino Sampaio, o calendário está à venda por cinco euros e as receitas revertem na íntegra para a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Valpaços.



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