Não existe qualquer acusação criminal contra estes homens, que apenas enfrentam uma acusação civil, levantada pelo promotor de justiça do estado de New Hamsphire, por aceitarem trabalho quando não o podiam fazer, uma vez que entraram ao abrigo do Visa Waiver Program, programa de isenção de vistos que permite a permanência no país durante 90 dias, mas apenas para turismo ou visita a familiares.
Os 28 que se encontram no estabelecimento prisional de Dartmouth fazem parte de um grupo de 31 detidos numa rusga dos Serviços de Imigração e Naturalização na Morgado Paving, em Hampton Falls, New Hampshire.
Um menor detido detido na mesma ocasião encontra-se num centro da Pennsylvania.
Outro indivíduo, identificado como Artur Esteireiro, deu entrada num hospital de New Hamsphire para tramento da tensão arterial, mas já foi libertado mediante pagamento de uma caução de $5.000.
Um indivíduo já foi libertado sob caução e outros estão a diligenciar.
Armando M. Cabral foi libertado sob caução de $1.500 e voltará a ser ouvido em tribunal em 10 de Outubro.
Emanuel Arruda e João Arruda, outros dois indivíduos ouvidos segunda-feira pela juiza Eliza C. Klein, do Tribunal de Imigração de Boston, também se prontificam a pagar fiança, mas permanecem detidos pelo facto de não terem residência e o advogado que os representa, Frederick Q. Watt, procura familiares ou quaisquer outras pessoas que lhes dêem um lugar para ficar.
Os detidos têm sido interrogados e poderão contribuir para a investigação a António Morgado, o homem para quem supostamente trabalhariam.
Em causa poderá estar uma rede de angariação ilegal de trabalhadores nos Açores com destino aos Estados Unidos, supostamente encabeçada por Morgado, mas contra o qual ainda não existem acusações formais.
Não existindo qualquer acusação criminal contra eles, os 28 indivíduos poderão regressar a São Miguel a qualquer momento, embora seja difícil prever quando isso poderá acontecer.
De concreto sabe-se apenas que, se o regresso for voluntário, a expensas próprias, poderão sofrer apenas a penalização de não pisar solo norte-americano por um período de tempo a determinar, mas poderão eventualmente voltar aos Estados Unidos; se forem deportados, a expensas do governo dos Estados Unidos, ficarão para sempre impedidos de pisar solo norte-americano.
Do grupo faziam parte outros 12 indivíduos que escaparam à rusga e quatro dos quais já regressaram a Ponta Delgada. Em entrevista à RTP, um deles admitiu trabalhar para Morgado (“meu rico patrão”), mas desmentiu as condições “sub-humanas” referidas por alguns jornais em Portugal.



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