Como vem sendo hábito de há uns anos para cá, a agremiação convida uma equipa portuguesa para que a festa seja, junto da comunidade, o mais abrangente possível. Desta feita, a organização, sob o impulso do montalegrense "João da Mulata" (João Dias) e esposa, ofereceu ao Vilar de Perdizes o privilégio de mostrar as qualidades técnicas dos seus jogadores num torneio internacional onde participaram oito equipas do campeonato distrital francês e de associações de emigrantes radicados em França.

Os barrosões residentes neste sector da cidade parisiense compareceram às centenas, relevando-se uma presença quase total das gentes de Vilar em Paris.

No evento nada faltou para animar aqueles que vieram ver um familiar, um conterrâneo ou um amigo. Nem outros que vieram com uma inquebrantável ânsia de matar o bicho da saudade, de ver as chegas de bois em écran gigante que o "Calvô" ofereceu, de comer uma "sardinhada", um churrasco ou um caldo verde e participar no convívio.

Foi um fim-de-semana inesquecível para esses jovens que, após uma viagem (num autocarro de Xinzo de Limia) interminável na véspera, venceram com ardor e sacrifício o torneio, tórrido em emoções, sem sofrerem uma única derrota, e hei-los a repartir para uma outra azáfama já com o prémio seguro.

No jogo da final, a equipa do Vilar de Perdizes alinhou com a seguinte equipa: Otelo, Guerra, Fernando e Fonfa (capitão), Nuno, Zé Augusto, Manuel, Canígia, Américo e Jerôme, orientados pelo técnico Augusto Flambó.

As gentes de Vilar não arredaram pé enquanto não viram consagrar os seus campeões, o treinador Augusto Flambó e a direcção (Lavouras, Zé Carlos e os demais) que foram presenteados com medalhas alusivas ao 10 de Junho e contemplados com a gigantesca taça de vencedores do torneio.

O cônsul geral de Portugal em Paris esteve representado na pessoa do funcionário consular António Amorim, de Paradela do Rio, Montalegre, que, coadjuvado pelo autor desta linhas, realizou a tarefa de que fora incumbido com uma incomensurável alegria.

Inesperadamente, o Vilar de Perdizes, ao vencer e convencer todos os adversários, acabou por levar consigo a compensação de um esforço sem limites e o reconhecimento de uma humildade exemplar. Fica o registo de uma "digressão" vitoriosa da formação do Vilar de Perdizes, que se apresentou em grande nível, contribuindo também para mais uma festa do povo barrosão residente na região de Paris e de todos os transmontanos.

Como barrosão que sou, queria deixar aqui um bem haja a todos quantos contribuíram com a sua dedicação, o seu trabalho, e a sua inesgotável boa vontade, para o sucesso deste magnifica confraternização. Assim não poderia deixar de agradecer ao António Amorim, ao infatigável "João da Mulata", ao senhor Lima, de Viana, ao "Calvô" e a todos os que participaram no evento.

Esperemos que para o próximo ano esta Associação Cultural Portugal Novo de Colombes veja realizado o sonho (de há já alguns anos) dos seus dirigentes: trazer o Montalegre a Colombes. Por certo, não será tão difícil quanto isso.

Aqui fica, pois, o convite para a direcção do Centro Desportivo e Cultural de Montalegre, bem como para o presidente da autarquia, Fernando Rodrigues, esperando que este não esqueça os seus munícipes da diáspora e possa contribuir para mais um momento de alegria dos emigrantes barrosões residentes em França.



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Vilar Perdizes em França

Depois de vários anos de inactividade