O município de Mogadouro e o Instituto Politécnico de Bragança assinaram um protocolo que visa implementar um projeto que permitirá fazer a ligação histórica entre o acervo do futuro Museu do Território e a população, foi hoje divulgado.

“Trata-se de um passo importante para elaborar um projeto museológico para instalar no futuro Museu do Território e da Memória. Para o efeito, assinámos um protocolo com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), no passado mês de fevereiro, para dar andamento à iniciativa”, explicou à Lusa o presidente da Câmara de Mogadouro, António Pimentel.

O autarca deste concelho do distrito de Bragança lembrou que o imóvel que acolherá o futuro museu, que fica na zona histórica da vila, junto ao castelo templário, igreja matriz e capela da misericórdia, foi doado por um particular, em 2002, ao município.

“Desde a doação do imóvel, em 2002, que se estabeleceram contactos com a Direção Regional de Cultura do Norte (DRC-N) para elaboração de um projeto para recuperação do imóvel e a sua musealização, só que o mesmo ficou parado no tempo, principalmente nos últimos oito anos”, vincou o autarca social-democrata.

Segundo António Pimentel, trata-se essencialmente de um Museu do Território e da Memória e tem como objetivo refletir sobre a etnografia, arqueologia e história do concelho de Mogadouro e sobre todo o espólio já existente na atual Sala Museu de Arqueologia, que assenta em várias eras cronológicas que vão desde pré-história até ao período romano.

Por seu lado, o IPB já tem no terreno desde o início da semana uma museóloga, que começou a delinear o projeto que dará corpo à estrutura do futuro Museu do Território e da Memória e que pretende ser “inovadora” na sua conceção, com enfoque na disposição do acervo já existente ou outro que vá surgindo, privilegiando uma componente tecnológica.

“Entendo hoje a museologia como um compromisso social. Começamos pelo estudo da comunidade e, compreendendo o acervo já reunido e conservado pelo município, [pretende-se] acrescentar outras narrativas que sejam complementares à história local. Neste âmbito a comunidade é convocada a ter uma palavra na elaboração deste projeto para se sentir participante neste processo”, explicou a museóloga Emília Nogueiro.

Na opinião desta especialista, há um conceito “inovador" na forma como este museu está a ser pensado para responder às necessidades da comunidade “com um conceito de museologia critica”.

“A autarquia de Mogadouro é inovadora ao privilegiar o projeto museológico em detrimento do projeto arquitetónico, antecipando os serviços técnicos do museólogo em detrimento do projeto arquitetónico, o que vai permitir um maior envolvimento com a comunidade para que esta possa participar na configuração da narrativa do museu”, explicou Emília Nogueiro.

O montante envolvido nesta fase do protocolo de musealização do futuro espaço ronda os 23 mil euros.



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