No ano do centenário do nascimento do Professor Doutor Henrique Barahona Fernandes, a Câmara Municipal de Vinhais vai prestar tributo a este filho da terra, considerado o mais notável psiquiatra português do século XX.

A proposta foi apresentada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Vinhais (CMV), Roberto Afonso, tendo sido aprovada, por unanimidade, na reunião de Câmara do passado dia 27 de Julho.

Para que o médico vinhaense permaneça na memória das gerações vindouras, a autarquia pretende integrar o seu nome na toponímia da vila. A rua por detrás do antigo hospital e que liga a rua Dr. Álvaro Leite à Rua dos Frades passarão a chamar-se Rua Prof. Doutor Barahona Fernandes.
Nascido em 1907, em Vinhais, Barahona Fernandes, filho de um distinto médico, igualmente vinhaense, foi uma referência nacional e internacional na área da Psiquiatria.

Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1930, e, no ano seguinte, tornou-se assistente do Professor Sobral Cid, na Clínica Psiquiátrica da Faculdade.
Em 1936, Barahona Fernandes parte para a Alemanha, enquanto bolseiro da Junta da Educação Nacional, onde reforça a sua formação com grandes nomes da psiquiatria mundial, designadamente Kleist, Schneider e Vogt.

Médico vinhaense tornou-se numa figura notável na área da Psiquiatria, sem nunca esquecer a terra que o viu nascer

Passados dois anos, regressa a Portugal, onde continua o seu trabalho no Hospital Miguel Bombarda e concorre para professor agregado de Psiquiatria. Posteriormente, integra a Comissão Instaladora do Hospital Júlio de Matos e, após algum tempo, torna-se chefe da Clínica de Psiquiatria daquela unidade de saúde.
O progresso na carreira continuou e, em 1946, ocupa o lugar de Professor Catedrático na Faculdade de Medicina, sendo o responsável pela criação da primeira licenciatura em Psicologia, em Portugal.

Em 1959, Barahona Fernandes é nomeado perito da Organização Mundial de Saúde no domínio da Saúde Mental e da Psiquiatria e, passados 15 anos, assume a Reitoria da Universidade de Lisboa.
Considerado o psiquiatra português mais notável do século XX, o médico vinhaense viria a falecer a 22 de Janeiro de 1992, quando ainda se encontrava em pleno exercício das suas funções.



PARTILHAR:

«Situações pontuais»

Confusão matou culto do cânhamo