O presidente da Câmara de Alijó, recandidato a um segundo mandato pelo PSD/CDS-PP, quer mexer “ainda mais” no pacote fiscal para fixar e atrair pessoas e também reativar e criar um ‘cluster’ tecnológico no aeródromo da Chã.

José Rodrigues Paredes, 57 anos, disse que pretende implementar “medidas muito assertivas” para estancar a perda de população confirmada nos Censos 2021 e que atinge o Interior do país. Alijó, no distrito de Vila Real, perdeu 12% dos residentes.

“Na ausência de medidas governamentais que invertam esta tendência, terão que ser os municípios a fazer um esforço suplementar. E a nossa aposta passará por mexer ainda mais no pacote fiscal e vamos fazê-lo com uma dupla intenção: fixar e atrair pessoas para residir e trabalhar no concelho”, afirmou o candidato.

No próximo mandato, o autarca quer descer um “ponto percentual” ao IMI, que está nos 0,36%, também abdicar dos 5% de IRS que revertem para o município a favor das famílias e isentar o IMT para primeira habitação e jovens casais que adquiram casa em Alijó.

Pretende também abolir a derrama para empresas com faturação não superior a 150 mil euros, introduzir um apoio às famílias para o pagamento da creche e um incentivo à natalidade com valor “não inferior a 800 euros”, bem como alargar as bolsas a todos os estudantes do concelho que frequentem o ensino superior.

“Tudo somado é um esforço muito grande que o município vai fazer e vamos, de facto, assegurar que assim seja porque não vejo outra forma de estancar esta sangria humana”, afirmou o autarca.

José Rodrigues Paredes destacou o projeto que está a ser desenvolvido para o aeródromo da Chã e que inclui a sua reativação e a instalação de um “cluster” que funcionará em parceria com universidades, como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e empresas ligadas à aeronáutica, à produção de componentes e combustíveis verdes.

“É um projeto que vai atrair novas empresas, vai trazer mão de obra especializado e vai gerar à sua volta uma rede de investimentos associados”, salientou.

Em conjunto com a UTAD, está também a ser estudada a possibilidade de introduzir o ensino superior universitário profissional no concelho e, em breve, avança a criação do centro de negócios turísticos, onde ficarão instaladas empresas ligadas ao setor (400 mil euros).

O município “vai continuar a apostar” no turismo e prevê a despoluição da ribeira e construção de um passadiço entre São Mamede de Ribatua e a albufeira do Tua.

Licenciado em agronomia, José Rodrigues Paredes iniciou a atividade profissional no Ministério da Agricultura, em 2013 assumiu a vice-presidência da Câmara de Alijó, tendo sido eleito presidente em 2017 pela coligação PSD/CDS-PP.

É também viticultor e, por isso, disse estar consciente do impacto das alterações climáticas e anunciou que o município vai ajudar a financiar o projeto que vai proteger vinha e olival da queda de granizo (500 mil euros).

José Rodrigues Paredes referiu que a autarquia vai investir numa unidade móvel de saúde e construir duas extensões de saúde, em Vilar de Maçada e Sanfins do Douro.

Para Sanfins está também a ser projetada a recuperação da antiga residência paroquial para um centro cultural e museológico, que aborde o tema da religião e crie condições de segurança para “a devolução” das moedas antigas ali encontradas.

O autarca destacou as obras já em curso no Santuário da Nossa Senhora da Piedade, em Sanfins, e a requalificação do Pinhão, que arranca em breve.

A coligação PSD/CDS-PP liderada por José Rodrigues Paredes ganhou as eleições em 2017 e conquistou quatro mandatos, enquanto ao PS foram atribuídos três.

Às eleições de 26 de setembro concorrem ainda Carlos Magalhães (PS), Adelino Franco (Chega) e Cláudio Leite (CDU).

Fotografia: DTM



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