O líder da Iniciativa Liberal considerou hoje que o diploma sobre a progressão dos professores está a ser gerido “nas costas” dos portugueses e destes profissionais e demonstra que continua “a guerra de palácios entre Belém e São Bento”.

“Vimos na TAP reuniões secretas, na defesa a propósito de Marco Capitão Ferreira ficamos a saber de equipas clandestinas, e temos agora uma proposta legislativa oculta. Portugal a certa altura parece ser tudo menos um país transparente”, afirmou Rui Rocha.

Em declarações aos jornalistas no Peso da Régua, distrito de Vila Real, o líder da IL considerou que este diploma “está a ser gerido entre Belém e São Bento, mas está a ser gerido nas costas dos portugueses, nas costas dos sindicatos representativos, nas costas dos professores” e demonstra “a continuação da guerra de palácios entre Belém e São Bento”.

“O que diz esse diploma versão alterada que foi, permita-me a expressão, cozinhada entre Belém e São Bento? Não sabemos. E pergunto se é normal que o país seja gerido desta maneira, com coisas secretas, com coisas ocultas, com coisas clandestinas. Parece que a certa altura perdemos a capacidade de ser transparentes e isto mina as instituições, degrada as instituições”, afirmou.

Considerando que “o país está cansado, o país precisa de soluções, precisa de alternativa, de confiança no futuro”, o liberal defendeu que “estas tricas não ajudam a trazer confiança aos portugueses”.

Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou alterações ao diploma sobre a progressão da carreira dos professores que o Presidente da República tinha vetado no dia anterior, mas o Governo recusou detalhar as mudanças por decorrerem de uma “interação direta” entre primeiro-ministro e o chefe de Estado.

Sobre a negociação do Governo com os médicos, Rui Rocha acusou o Governo de “falhar na gestão dos profissionais de saúde” e de ser “mau empregador” porque “não lhes dá condições de trabalho adequadas”.

“É muito importante que os profissionais de saúde tenham, de facto, condições para trabalhar, que o seu sucesso e o seu mérito seja reconhecido, tenham sistemas de incentivos adequados à produção e à produtividade que trazem para o país do ponto de vista da saúde, mas não nos podemos esquecer dos utentes”, realçou o presidente da IL, que classificou o executivo como “um péssimo gestor do SNS no que diz respeito a proporcionar um serviço aos utentes”.

“Já vai para um ano que foi afirmada a intenção e depois começou o processo de constituição da Direção Executiva do SNS [Serviço Nacional de Saúde], e já vai para mais de um ano que o primeiro-ministro prometeu que na segunda-feira seguinte os problemas ou parte dos problemas do SNS estariam resolvidos. O tempo passa, mas as soluções não aparecem, o que vemos é uma completa instabilidade do setor, a incapacidade de uma entidade empregadora do Estado de proporcionar condições adequadas aos seus profissionais, um enorme descontentamento dos profissionais, mas também um enorme descontentamento dos utentes”, elencou.

Rui Rocha apontou que a IL apresentou “há poucos dias" uma proposta de "lei de bases da saúde”, que tem como objetivo “reestruturar completamente a prestação de serviços de saúde em Portugal”.

Questionado também sobre a subida das taxas de juro dos créditos à habitação, o líder da Iniciativa Liberal apontou que “Portugal não tem o poder de decidir quais são as taxas que o Banco Central Europeu pratica”, mas defendeu que o Governo pode ajudar as pessoas por via de uma descida de impostos sobre o trabalho.

“É precisamente agora que as pessoas estão com dificuldades que era muito importante que o Estado reduzisse os impostos. Não podemos continuar a aceitar que vá demasiado dinheiro para o cofre do Estado e pouco dinheiro do trabalho, do esforço das pessoas, vá para o seu bolso”, defendeu.

Rui Rocha falava aos jornalistas depois de ter chegado de comboio ao Peso da Régua e aproveitou para assinalar que esta região “tem o seu desenvolvimento muito perturbado porque não há uma aposta na ferrovia”.

O deputado defendeu que se trata de "um meio de transporte fundamental e que devia estar a crescer em termos de utilização, em termos de rede ferroviária disponível, porque é uma forma de os portugueses terem mobilidade, algo que falta muito, e que depois contribui para o atraso de regiões como esta”.



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