A Granvinhos vai investir cerca de 20 milhões de euros na construção de uma adega, no concelho do Peso da Régua, que terá capacidade para vinificar mais de 8.000 toneladas de uva, disse hoje fonte do grupo.

O diretor-geral do grupo Granvinhos, Jorge Dias, afirmou à agência Lusa que o projeto consiste na construção de um centro de vinificação e de armazenamento, e explicou que a empresa tem “algum défice na capacidade de vinificação”.

“A adega [atual] está situada numa localização bastante difícil, em termos quer ambientais quer de expansão, e, portanto, conseguimos encontrar numa zona construível, industrial, um terreno para, no fundo, construir esta nova adega que tem uma vocação mista quer para vinho do Porto, quer para vinho do Douro. Aliás, mais agora para vinho do Douro, acompanhando um bocadinho os tempos da região”, explicou.

Este centro de vinificação, a construir na Quinta do Cedro, no Rodo, concelho do Peso da Régua, no distrito de Vila Real, irá substituir a já existente de Avidagos e irá, segundo o responsável, “sobretudo, melhorar a capacidade de produção e o controlo sobre a operação e os vinhos produzidos”.

A Granvinhos, nova designação oficial do grupo Gran Cruz, já possui as adegas de Alijó, Avidagos e Tabuaço, na Região Demarcada do Douro.

“Mas mantemos mais ou menos uma capacidade de transformação das uvas dos nossos viticultores em vinhos à volta dos 40%”, salientou.

Jorge Dias disse ainda que se prevê que a nova adega esteja pronta para fazer a vindima de 2025 e que o investimento ultrapassa os “20 milhões de euros”.

“Novas tecnologias, eficaz, chamada uma adega do futuro quer em termos de eficiência energética, quer em termos de tratamento de águas, de resíduos e de efluentes”, referiu.

O responsável disse que, naquela zona do Douro, a empresa trabalha com cerca de “8.0000 viticultores” e a nova adega terá capacidade para transformar à volta “de 8.0000 toneladas de uvas para vinhos do Porto e do Douro”.

A recente designação do grupo decorre do processo de fusão por incorporação das empresas C. da Silva e Companhia União dos Vinhos do Porto e Madeira, na Gran Cruz Porto, redenominada para Granvinhos desde 01 de janeiro.

Em comunicado, a empresa já tinha dito que a nova adega se insere na Agenda Mobilizadora para a Inovação Empresarial “Vine & Wine Portugal”, que a Granvinhos lidera no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência português (PRR).

O consórcio é formado por 46 entidades, entre empresas, universidades e associações, e as ações a desenvolver têm “como objetivo aumentar a competitividade e resiliência do setor da vinha e do vinho em Portugal, através de projetos de investimento produtivo, investigação e desenvolvimento, inovação, qualificação e reforço da internacionalização”.

O projeto prevê um investimento global de 77 milhões de euros, com incentivo de cerca de 41 milhões de euros.

Sobre o “Vine & Wine”, Jorge Dias disse que se trata de “um desafio muito grande para o setor, para se fazer a transição energética, climática, ganhar competitividade e internacionalizar-se no mercado”.

“O modelo é difícil, que obriga a haver um diálogo virtuoso entre a academia, os produtores do conhecimento, e trazer esse conhecimento para o mercado, com as empresas. Esta obrigatoriedade de trabalhar em conjunto com a academia, apesar de difícil, tem virtuosidades e vai dar resultados”, frisou.

Por sua vez, o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Emídio Gomes, referiu que “este projeto vai contratar cerca de 40 investigadores, para além dos quadros que existem” na academia transmontana.

“É um projeto com uma dimensão raramente vista”, destacou o reitor, especificando que se trata de “projeto de agricultura ligada ao vinho e à vinha, às alterações climáticas, utilização e reutilização da água, às questões ligadas à resistência genética da vitivinicultura em condições adversas, à mão de obra, automatização e automação ligadas à vinha e vinho, também aos mercados e à internacionalização, marketing e promoção dos vinhos”.

No âmbito do “Vine & Wine”, os projetos terão que ser desenvolvidos até final de 2025.



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