A Câmara de Mondim de Basto anunciou hoje que inaugura a 10 de Abril um percurso pedestre de 12,4 quilómetros que passa pelas Fisgas de Ermelo, que o município quer elevar a Património Natural da Unesco. As Fisgas de Ermelo representam um acidente geológico (quedas de água do rio Olo) com cerca de 400 metros.

O presidente da autarquia, Humberto Cerqueira, afirmou à agência Lusa que a candidatura das Fisgas de Ermelo a Património Natural da Humanidade já deu entrada na Comissão Nacional da Unesco, aguardando agora “com elevada expectativa” a divulgação da lista indicativa dos sítios.

Esta é a primeira fase do processo de candidatura, cuja componente científica foi assumida pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

As Fisgas de Ermelo representam um acidente geológico (quedas de água do rio Olo) com cerca de 400 metros, sendo consideradas, segundo o presidente da câmara, "uma das maiores da Europa".

Esta cascata é já um dos locais mais visitados do Parque Natural do Alvão, que se estende pelos concelhos de Mondim de Basto e de Vila Real, mas o autarca acredita que a “chancela Unesco” será motivo de maior atracção para este território a nível de turistas e de investimento, nas áreas da restauração e do alojamento.

“Todos os locais classificados como património mundial registam taxas de visitação extraordinárias”, referiu.

O percurso das Fisgas tem 12,4 quilómetros e o grau de dificuldade é alto. O ponto de partida é a aldeia de Ermelo e desenvolve-se à volta do rio Olo, passando pela queda de água.

O autarca salientou que o município investiu cerca de 50 mil euros na sinalização deste percurso que representa “uma forte aposta” no turismo de natureza, justificando que actualmente o turismo é o sector económico que mais está a crescer.

O concelho possui já outro percurso homologado, um de nove quilómetros que vai ser reaberto agora e que passa pela Levada de Piscaredo (entre Mondim de Basto e Vilar de Ferreiros).

O município teve que repor a ponte pedonal que atravessa o rio Cabril, em Vilar de Ferreiros, que foi destruída pelas intensas chuvas, um processo “que foi moroso” mas que volta a permitir a passagem pela Levada, cuja história remonta ao século XIII e que chegou a ter “olheiro” que vigiava e repartia as águas pelos agricultores e um regulamento próprio.

Segundo Humberto Cerqueira, a câmara está já a trabalhar em mais cinco percursos, quatro deles à volta da Senhora da Graça e outro na zona de Ermelo, que vai dar a conhecer as “Filhas”, estruturas medievais em pedra que serviam para proteger as colmeias dos ursos.

Nesta aposta no turismo da natureza, o município colocou à disposição dos praticantes 150 quilómetros de trilhos de BTT, que estão associados ao Centro de BTT, uma actividade que quer potenciar à boleia da “mítica Senhora da Graça” que anualmente acolhe a Volta a Portugal em Bicicleta.

O Centro de BTT, instalado na antiga casa florestal de Sobreira, fica localizado no início da subida do Monte da Senhora da Graça ou Monte Farinha, onde termina uma das mais emblemáticas etapas da Volta a Portugal.
Lusa



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