O Museu do Douro vai salvaguardar, restaurar e divulgar o património móvel do Instituto do Vinho do Douro, criado há 90 anos, que ajuda a conhecer a história da região demarcada, segundo foi divulgado.

Na segunda-feira foram assinalados os 90 anos da criação do Instituto do Vinho do Porto (IVP) que, em 2003, passou a designar-se Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

O presidente do IVDP, Gilberto Igrejas, disse hoje à agência Lusa que foi estabelecida uma parceria com o Museu do Douro com vista à preservação do património do instituto público, para que “as gerações futuras possam vir a usufruir de toda esta importante coleção que o IVP” acumulou desde a sua criação.

No âmbito do protocolo assinado com a Fundação Museu do Douro, o património móvel do IVP (1933 – 2003) passou para a unidade museológica, que tem sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, que o irá estudar, salvaguardar, preservar e, depois, divulgar e o mostrar ao público.

“Está assegurada a preservação, que era a parte mais importante e tínhamos todos uma obrigação nessa matéria”, salientou Gilberto Igrejas.

E são, segundo o responsável, “várias dezenas de milhares de itens” entre documentos, manuais criados pelo instituto, fotografias, zincografias, moldes, moedas, rótulos, instrumentos de laboratório, material que se encontrava nas instalações do organismo, a grande maioria na delegação do Porto.

O espólio inclui ainda as fotografias da coleção Alvão, que revelam a dureza da Região Demarcada do Douro e a forma como se plantaram as vinhas, como se ergueram os muros ou se carregavam os grandes cestos cheios de uvas pelos socalcos.

“Inclui, inclusive, a primeira ata da criação do IVP”, destacou.

O decreto n.º 22:461 de 10 de abril de 1933 refere: “O vinho do Pôrto representa um valor muito importante da economia nacional. Por isso, a defesa da sua marca não compete a quem o produz ou a quem o vende, tam somente, mas impõe-se ao próprio Estado”.

“A solução integral do problema do vinho do Pôrto exige pois que, ao lado das suas organizações da produção e do comércio, se estabeleça um organismo de ação superior, sob o patrocínio e intervenção o Estado. Com esse fim se cria pelo presente diploma o Instituto do Vinho do Pôrto”, acrescenta ainda.

Estes são, para Gilberto Igrejas, “documentos muito importantes para as gerações futuras perceberem a história da Região Demarcada do Douro e como o instituto teve um papel crucial nesta harmonização da região e que continua hoje como IVDP”.

“Uma história marcada pela defesa da qualidade e da autenticidade dos vinhos do Douro e do Porto”, sustentou.

No âmbito do projeto de salvaguarda do património móvel do IVP vai ser editado um livro que, segundo o responsável, “dê testemunho real das peças” que, agora, estão no Museu do Douro.

Posteriormente, este património será também exposto.



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