O embaixador de Portugal em Caracas, Vasco Bramão Ramos, congratulou-se hoje com a não existências de vítimas portuguesas durante as últimas inundações na Venezuela e disse confiar num apoio efectivo do governo de Lisboa a portugueses afectados.

\"Não há, felizmente, nenhumas vítimas a lamentar. Há prejuízos materiais, em termos de perda de bens. Prejuízos resultantes do isolamento em que algumas comunidades ficaram e estão, portanto, carentes de bens de primeira necessidade\", disse à Agência Lusa.

Bramão Ramos falava no âmbito de uma reunião com a Junta de Beneficência Portuguesa de Vargas e a direcção do Centro-Luso- venezuelano de Cátia La Mar, em que se fez acompanhar pelo cônsul- geral de Portugal em Caracas, Fernando Manuel Jesus Teles Fazendeiro, e pelo assessor de negócios da embaixada portuguesa, Rui Baceira.

Segundo o diplomata, \"neste momento já há alguns casos identificados, e estamos a avaliar a extensão dos prejuízos sofridos por compatriotas nossos\".

Explicou que o levantamento da quantidade e tipo de situações \"está a ser efectuado pela Junta de Beneficência Portuguesa de Vargas, que, infelizmente, já tem a experiência do desastre de 1999\", quando trágicas enxurradas vitimaram milhares de pessoas, naquela localidade.

Durante a reunião com aquela organização benemérita e a direcção do Centro Luso-venezuelano de Cátia La Mar, debateram-se \"as formas em que se poderá propor um auxílio ao governo português\".

Para a próxima semana, está prevista uma visita do cônsul- geral de Portugal em Caracas \"à principal comunidade afectada (Naiguatá e Camuri Grande) para identificar concretamente a extensão das famílias e pessoas envolvidas\".

\"Só nesse momento é que poderemos enviar a Lisboa propostas de auxílio, seja ele material, seja auxílio financeiro\", frisou.

Sublinhou que \"há pessoas que viram o recheio das suas casas ser levado pela água, o recheio da sua loja ser levado pela enxurrada e que vão solicitar apoio financeiro, seja ele em termos de donativo ou de linha de crédito\".

\"Outros, serão apoios materiais, roupa comida, eventualmente apoio financeiro para compra de remédios para serem depois doados\", explicou.

Realçou que \"o universo de pessoas necessitadas é relativamente reduzido\" e disse confiar que \"as propostas (pedidos de apoio) se possam atender de forma rápida\".

Bramão Ramos notou que, \"em relação ao que se passou em 1999, houve lições que foram aprendidas e que contribuíram para que as vítimas e os prejuízos fossem inferiores\".

No entanto, adverte que é necessário tirar mais lições destes desastres naturais: \"as questões de ordenamento do território, a forma como são construídas e reconstruídas as estradas, os locais onde é permitida ou não a construção de habitação\".

\"É a Venezuela e o governo venezuelano que as tem que tirar, para que quando ocorrerem outros desastres naturais deste tipo, que eu penso que inevitavelmente ocorrerão, se chegue a uma situação em que não haja prejuízos materiais nem humanos\", frisou.

Quanto ao tempo que levarão os apoios a serem \"aprovados\", tendo em conta que a implementação de uma linha de crédito bonificado para emigrantes afectados quando das enxurradas de Dezembro de 1999 demorou quase dois anos, frisou que \"a embaixada e o consulado-geral o que podem fazer é propostas onde sublinham e informam sobre a urgência deste ou daquele caso\".

\"Compete depois ao governo central avaliar as propostas e as possibilidades que tem de fazer face a essas solicitações\", disse.

FPG.



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