Uma criança falecida há 18 anos, em 1991, um mês após o seu nascimento, foi convocada pelo Centro de Divulgação de Defesa Nacional, delegação de Vila Real, para comparecer ao Dia de Defesa Nacional, a 5 de Março de 2010, um procedimento que passou a ser a norma após o fim do Serviço Militar Obrigatório, em 2004.

A convocatória foi feita através de um edital afixado pela Junta de Freguesia de onde os pais são naturais, em Celas, Vinhais, onde constam os nomes de mais cinco jovens nascidos em 1991. Do documento consta, também, o número de identificação militar de Luís Abel, o bebé falecido.

Foi o pai da criança morta que se deparou com a situação quando viu o edital afixado em Celas. Foi verificar e reparou que o nome do bebé constava da listagem para comparecer ao Dia de Defesa Nacional, um procedimento a que os jovens do sexo masculino estão obrigados. \"A surpresa foi tanta que teve alguma dificuldade em assimilar o que estava a ler\", contou a mulher, Adília Abel.

O casal informou a Conservatória do Registo Civil de Vinhais da morte do filho, em 1991, e o óbito consta dos livros daquela instituição, pelo que não percebe a razão da convocatória. \"Na altura, demos conta do óbito e até entregámos a cédula pessoal. Não devem fazer cruzamento de dados, mas esta situação é aborrecida e mexe com a família\", referiu.

Uma fonte do Regimento de Infantaria N.º 13, em Vila Real, explicou que se tratou de um \"equívoco\", criado por uma falha de cruzamento dos dados, uma vez que não dispunha do registo de óbito da criança, e lamentou a situação que perturbou a família.

O Dia da Defesa Nacional serve para sensibilizar os jovens para a temática da defesa nacional, a comparência é um dever militar para todos os cidadãos portugueses que cumpram 18 anos.



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