A Direção Regional de Cultura do Norte reeditou os dois volumes do Cancioneiro Tradicional Mirandês, esgotados há 40 anos, que constituem a “bíblia” dos grupos musicais e etnográficos do território, na divulgação de músicas e danças locais, anunciou hoje aquele organismo.

“Estas foram as primeiras recolhas do cancioneiro da Terra de Miranda, que foram feitas por António Maria Mourinho e Serreno Batista. Trata-se de um património imaterial riquíssimo. Estas recolhas são uma espécie de 'bíblia' da língua e cultura mirandesas”, disse à Lusa a diretora do Museu Terra de Miranda, Celina Pinto.

A responsável disse ainda que António Maria Mourinho, etnógrafo, etnólogo e arqueólogo português, deixou ainda um terceiro volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês que será reeditado aquando das comemorações dos 40 anos do Museu Terra de Miranda, já no próximo ano.

"Trata-se de um projeto do Museu da Terra que está ligado incondicionalmente ao trabalho e legado de António Maria Mourinho, um dos maiores investigadores da língua e cultura mirandesa”, indicou a responsável.

Estas recolhas terão começado na década de 40 ou 50 do século passado, tendo sido editadas pelo investigador António Maria Mourinho em 1984, segundo indicou Celina Pinto. Já o trabalho do investigador Serreno Batista foi editado em 1987.

De acordo com a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), a reedição do Cancioneiro Tradicional Mirandês visa a preservação e recuperação da memória da tradição oral musical, fundamental para a manutenção da cultura popular, num projeto com uma visão mais abrangente deste património, no qual convergem tradição e modernidade: a tradição associada à memória e à herança cultural musical, e a modernidade associada à normal evolução, adaptação e reinvenção das comunidades locais.

Esta iniciativa da DRCN foi concretizada ao abrigo do Projeto Territórios Musicais – TERMUS, que teve início em 2019 e que termina este ano, havendo a possibilidade de uma continuação por mais três anos.

O Termus - Territórios Musicais, com uma dotação de 274 mil euros, visa "recuperar, conservar e valorizar a música tradicional e popular na Terra de Miranda e na província de Zamora, através da recolha sistemática e da difusão de testemunhos orais que preservem a solidez da memória sonora deste território e a sua diversidade cultural".



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