O Conselho Regional do Norte aprovou hoje um “documento estratégico” para apresentar ao Governo com os investimentos prioritários para o território no âmbito do quadro de apoio 2021-2027, como a ferrovia, formação, inovação ou digitalização.

“É um conjunto de reflexões que vão ser entregues ao Governo e que explanam bem aquilo que nós entendemos que são as necessidades da região Norte”, afirmou Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha e do Conselho Regional do Norte, órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) que hoje esteve reunido em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real.

O autarca destacou que hoje “é o dia em que o Norte toma as rédeas do seu destino nas suas próprias mãos”.

Isto é, explicou, ao longo dos últimos meses foram auscultadas entidades públicas e privadas, universidades e autarquias, associações patronais e sindicais, de “modo a definir as prioridades da região Norte no âmbito do próximo quadro comunitário”.

Este contributo é dado antes de concluídas as negociações entre o Governo e Bruxelas a propósito do quadro de apoio para o período 2021/2027.

Entre as várias propostas, Miguel Alves destacou as associadas “à escola a tempo inteiro, à formação a tempo inteiro e à necessidade de não deixar ninguém para trás nesta era da digitalização”.

“Por outro lado, uma Europa mais verde. O caminho da descarbonização, o caminho para podermos prosseguir com as metas do acordo de Paris e de tornar todos os investimento na nossa plataforma logística, muito ligada à exportação, mais verdes, mais amigos do ambiente e de modo a cumprirem as metas de Portugal e da Europa”, salientou.

Ou então, acrescentou, a “aposta na ferrovia”, destacando aqui a modernização das linhas ferroviárias do Douro e do Minho e a ligação à alta velocidade em Espanha.

“Estas são algumas ideias que estão neste documento estratégico, é um documento para o futuro e aberto. Não é um cardápio onde podemos escolher soluções, não é um armário com gavetas onde vamos buscar o dinheiro, é uma reflexão sobre o nosso potencial, os nossos constrangimentos e algumas medidas enquadradas nas metas da Europa até 2027”, frisou.

Segundo Miguel Alves, “esta é uma região muito exportadora, é o maior contribuinte nacional para a crescida do emprego e do Produto Interno Bruto depois do período da troika, mas, no entanto, o Norte continua a ser a quarta região mais pobre de toda a Europa”.

“Tomar as nossas rédeas é, no fundo, definirmos o que queremos fazer no contexto daquilo que está a ser apresentado pela Europa”, frisou.

O próximo quadro comunitário é, para o autarca, uma “oportunidade que tem que ser agarrada” para o Norte ser “mais verde, mais conectado, mais inovador, mais igual e mais próximo dos cidadãos”.

O Conselho Regional do Norte integra na sua composição os 86 presidentes dos municípios da região e cerca de duas dezenas de organizações sociais, económicas, ambientais e científicas representativas do tecido institucional regional.



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