O presidente do Centro Trasmontano de São Paulo, Fernando José Moredo, fez um discurso durante a Sessão Solene de 71 anos de fundação da entidade, recebendo efusivos aplausos dos convidados pela serenidade e da maneira realista que expôs a atual fase da instituição, dando valor aos antepassados fundadores, merecedores (como disse) de todas as honras pela gigantesca obra que é, orgulho e exemplo no seio da comunidade.

“As grandes obras são executadas não pela força, mas pela perseverança”, disse um pensador. O Centro Trasmontano de São Paulo é uma grande obra, fruto do sonho de seus fundadores, com 71 anos de vida, que hoje, orgulhosamente, comemoramos na certeza de que, ressalvadas as turbulências que passamos, nunca nos faltaram a ousadia e a perseverança da brava gente trasmontana. Por isso, administrar bem o Centro Trasmontano, tornando-o cada vez melhor e mais forte, é honrar os seus fundadores, reafirmar a verdade e de que a sabedoria é saber fazer. A habilidade é saber como fazer, e a virtude é fazer. E fazer sempre bem feito para que o Trasmontano continue sendo um marco de reafirmação da presença e da competência dos portugueses que para cá vieram, ajudando a construir a grandeza e a riqueza desta cidade, deste Estado e deste país.

Mas nem tudo na vida são flores, e em 27 de novembro de 1996, em meio às dificuldades, resultantes de administrações anteriores, assumimos o cargo de gestor financeiro. Em agosto de 1997, assumimos a presidência da Junta Governativa, da qual eram membros os srs. Joaquim Serafim Neto, Sebastião Marcondes, Abel Moraes Lopes e José Augusto Domingues Terrível. Os problemas eram muitos e os desafios enormes. Dois anos depois, em 30 de abril de 1999, assumimos a presidência da nossa entidade. Nesses seis anos e cinco meses de trabalho tendo como prioridade pagar as dívidas que ultrapassavam os 55 milhões de reais. Mas o trabalho não se resumiu apenas no saneamento financeiro da entidade. Era preciso mais. E assim foi feito, com os pés no chão e os olhos no futuro. Compramos em 15 de maio de 1998 o Hospital IGESP, na época com 28 apartamentos, terreno grande e numa localização geográfica privilegiada. Além disso, para dar mais mobilidade e objetividade ao Centro Trasmontano, nomeou-se uma comissão para modificar o estatuto (...)

(...) Ainda no campo administrativo, tão logo foi possível a aprovação do projeto, fizemos a reforma e ampliação do Hospital IGESP, totalizando 103 leitos, dentre os quais uma moderna UTI e um centro cirúrgico com seis salas. O IGESP está equipado com o que há de mais moderno no setor de saúde, sendo hoje considerado pelos médicos que lá trabalham, um dos melhores hospitais de São Paulo.

A inauguração da Farmácia Trasmontano (TrasFarma), foi outra conquista dos nossos associados, pois os medicamentos são fornecidos a preço de custo, já que o interesse prioritário é servir ao associado. O ‘Projeto Mais Vida’, criado em 1998, hoje conta com mais de 4 mil inscritos. O objetivo principal do Projeto Mais Vida é a reflexão sobre o envelhecimento e o contexto social em que o idoso está inserido, visando sempre a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida, promovendo assim o resgate da auto-estima. O Projeto Mais Vida proporciona atividades como cursos de artesanato, palestras, passeios, viagens e ginásticas, entre outros. Até hoje somam-se mais de 1.500 atividades desenvolvidas.

Queremos registrar também que foi feito um projeto completo para a reforma e ampliação da sede social, mas por motivo de fatos extemporâneos, não foi possível iniciá-lo de imediato. Para finalizar, nesta grande noite de muita alegria e felicidade para todos nós, e também de prestação de contas de nossa gestão, queremos reafirmar o compromisso de trabalhar cada vez mais pela grandeza e desenvolvimento do Centro Trasmontano. E nesse contexto, permito-me citar Sir. Winston Churchill: ‘O preço da grandeza é a eterna responsabilidade’. Muito obrigado! (Fernando José Moredo).

Na Sessão Solene no Aniversário do Centro Trasmontano de São Paulo, Médico Silvano Raia fala no Trasmontano dos avanços no tratamento do fígado

Cirurgião especialista no assunto espera que a evolução genética siga os avanços
Médico especialista no tratamento do fígado, o Dr. Silvano Raia, descendente de italianos, foi o convidado do Centro Trasmontano de São Paulo para ser o orador oficial da Sessão Solene comemorativa de 71 anos de fundação da entidade. Professor emérito da Universidade de São Paulo, o cirurgião falou com exclusividade ao Mundo Lusíada externando “muita satisfação” pelo convite dos trasmontanos e nos fez um resumo de sua elogiada palestra onde tratou de expor as dificuldades e avanços da medicina num órgão delicado e imprescindível para a vida humana.

“Eu quero dizer que fiquei lisonjeado com o convite e por poder relatar a experiência da minha carreira, que corresponde sob certo aspecto, à evolução do tratamento cirúrgico das doenças do fígado. Essa evolução culminou com a realização do transplante que, como todos sabem, é a substituição de um órgão doente por outro sadio”, disse lembrando que este passo da medicina teve início no Brasil em 1.985 quando realizou o primeiro transplante da América Latina. “Hoje este procedimento está bastante difundido, já temos quase setecentos operados, representa uma esperança para pacientes que não têm outra maneira de tratamento”, disse o Dr. Raia revelando que tem alcançado resultados muito positivos com cerca de 94% de alta hospitalar e isso, segundo o especialista, determina uma desproporção entre os candidatos para transplante e os órgãos de cadáveres disponíveis. “Para contornar isso nós descrevemos em 1.988 uma cirurgia chamada ‘transplante de fígado inter-vivo’, que utiliza como doador, o doador voluntário, que cede um pedaço do seu fígado para um receptor (doente) a ele ligado emocionalmente. A característica atraente deste transplante é que, diferentemente de outros como do transplante de rim – por exemplo – que o doador vivo doa e fica mutilado para o resto da vida, ao contrário, no caso do fígado, o doador cede apenas um pedaço e tem seu órgão regenerado em duas a três semanas e volta a ter o órgão como antes da doação, inteiro. Por outro lado, o pedaço colocado no receptor cresce até atingir o tamanho necessário para a pessoa que o recebeu, necessário para sua idade e tamanho”, esclareceu.

O médico comentou ainda que este método abriu grandes perspectivas para a medicina: “Acho que nós vivemos numa geração ‘retribuída’ que sonhou, realizou, difundiu este tratamento, agora cabe aos outros mais jovens continuarem evoluindo, provavelmente para órgãos criados em laboratório à custa da Engenharia Genética”, finalizou o orador justificando aqui porque foi efusivamente aplaudido ao final da palestra.



PARTILHAR:

Maior reforma desde o 25 de Abril

particiaparam mais de 60 atletas